Meritocracia é um critério de valorização daqueles que, por seu desempenho, são recompensados. Assim, muitas empresas, valorizam seus colaboradores, concedendo-lhes prêmios, vantagem e promoções pelo mérito de suas atividades, ou seja, é o poder do mérito.
Esse método parecer ser bom, pois estimula de forma positiva a todos para que procurem fazer sempre o seu melhor, visando assim, por seu próprio mérito, alcançar o reconhecimento de seus superiores e sua evolução profissional. Os melhores se destacam.
Essa semana, mais um acordo de delação premiada foi fechado, dessa vez com o acusado Nestor Cerveró, ex-diretor da BR Distribuidora. Em seu depoimento, o acusado afirmou que foi nomeado para o cargo de diretor por gratidão, ante a viabilização de uma contratação com a Petrobras que quitou um empréstimo de um partido político.
Todos os personagens citados pelo delator negam qualquer envolvimento no esquema de corrupção. Figuras importantíssimas no quadro político nacional foram nominalmente citadas e as que já se pronunciaram negam envolvimento.
O fato é que, se a delação for verdadeira, o que depende do contraditório, ampla defesa e provas, estamos diante de um novo critério de poder, a cleptocracia. Quem mais colabora ou concorre para desviar recursos públicos é reconhecido e premiado por isso.
Certamente, não é esse tipo de poder que o povo brasileiro anseia. Pelo contrário, esse é o modelo que se repudia de forma veemente e contra o qual se clama por Justiça.
A medida em que as delações avançam, a história vai se desenhando e fica cada vez mais feia.
Parece ruim, mas não é. Marcos Valério, julgado e condenado como operador do mensalão e cumprindo pena de mais de trinta e nove anos de prisão, tenta um acordo de delação na operação Lava Jato.
Só quem cumpre uma pena tão longa, pode atestar a utilidade da delação premiada. Alguns presos ainda resistem à delação, aguardando a liberdade. Mas as condenações chegam e a oportunidade de colaborar com a Justiça passa.