O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo destacou o papel da Polícia Federal no contexto atual, catalogando-o como revolucionário.
A título de explicação, salientou que, com seu atuar, no combate á corrupção - do que seriam exemplos o "Mensalão" e a "Operação Lava-Jato" -, pela primeira vez os poderosos brasileiros passaram a sentir "o peso da lei', da mesma maneira que os "pobres".
Seria irônico, não fosse trágico, autoridade de primeiro escalão do governo; titular de pasta que, presume-se, deve conhecer a realidade nacional a fundo; professor universitário com a incumbência de formar futuros cultores do Direito; acenar com pensamento tão esdrúxulo.
As castas sociais, que estratificam a sociedade brasileira, nem nas desgraças se igualam!
O deserdado que habita os guetos periféricos, onde a desesperança é uma constante, jamais conta com o olhar do ente público. Ali, na calada da noite, rasgando a constituição, policiais arbitrários, à mínima suspeita (e por incrível que pareça nesses rincões basta viver para ser suspeito), invadem casas, infernizam famílias, realizam abusivas prisões. Ali, distante das câmeras denunciadoras da mídia (convenha-se, que interesse tem para ela o desafortunado?), a borracha "canta mais alto', o "pau de arara" exerce papel correcional, a violência estatal é a regra!
Mas a coisa não para por aí. Preso provisoriamente, ou por condenação definitiva, o espera as masmorras sórdidas de uma prisão desumana, cela fétida com conhecida superlotação (por vezes, até o sanitário serve de local de descanso), envolvimento com associação criminosa, submissão a regras cunhadas por "donos do poder".
Além disso, se alcançada a progressão de regime, verá se eternizar nos escaninhos burocráticas dos cartórios, ou nas mesas repletas dos magistrados, suas esperanças de cárcere com menor rigor.
Aos que veem o que se passa com os ladrões do erário apresentados à nação brasileira, pergunta-se: a lei, realmente, pesa da mesma forma para ambos?