A Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho, em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego, divulgaram que a região está com 819 novas vagas de emprego abertas. Poá é a cidade com o maior número de oportunidades na região.
Em tempos de crise econômica, demissões, férias coletivas, lay-off, a criação de novos postos de trabalho precisa ser comemorada, porém, é preciso ressaltar que a maioria esmagadora destas oportunidades se refere à área de telemarketing, que não necessita de um curso especializada e tem como perfil médio de empregado o jovem que inicia sua vida no mercado de trabalho e quem está fora deste mercado há muito tempo.
Entre as 819 vagas, Poá oferece 650 postos na área de telemarketing ativo e receptivo. Mogi das Cruzes, por sua vez, tem 70. Isso representa 87% do total das 819 vagas.
Não há nenhum tipo de menosprezo à atividade de atendente de telemarketing, digna como qualquer outra. A questão aqui é que trabalhadores de ramos específicos, que necessitam de cursos e graduações, ou seja, mais qualificados, não encontram espaço no Alto Tietê e precisam ir para outras regiões do Estado, principalmente, a capital. Isso quando encontram algo por lá.
Uma recente pesquisa feita por um site especializado em vagas de trabalho, revelou que os empregos criados nos setores que resistem à crise (como o telemarketing) pagam salários inferiores aos auferidos por quem está sendo demitido em outras áreas.
A conclusão desta pesquisa é que a crise está levando à destruição de empregos com melhores salários, em cargos intermediários de chefias - gerentes de produção e operações, de áreas de apoio e supervisores de serviços administrativos e da construção civil, por exemplo - e à abertura de vagas nas áreas da educação (professores do ensino fundamental, médio e superior); saúde (técnicos em enfermagem, por exemplo), e na base da pirâmide, em ocupações com baixos salários e alta rotatividade.
Entre as atividades que mais contrataram aparecem operadores de telemarketing, recepcionistas e o ramo de manutenção de edifícios, como faxineiros e porteiros, auxiliares nos serviços de alimentação em hotéis e restaurantes, embaladores e alimentadores de linha de produção.
Infelizmente esta é mais uma consequência da crise que corroí o nosso País, fruto de uma gestão que visa apenas a obtenção e manutenção do poder e pautada na corrupção e em mentiras.