Quem já foi aos Estados Unidos? Pois bem, lá, a liberdade é levada a sério, e a responsabilidade também. Diferentemente daqui, onde a ordem e a bagunça se mostram desenfreadas. Vamos falar apenas de uma delas: o direito de se manifestar. Ele existe, desde que a tal manifestação seja pacífica e que, acima de tudo, respeite o direito dos demais. Afinal, se alguém está em luta por algo, porque então desrespeitar os demais?
Nem vamos falar dos protestos com vandalismo e violência coletivos, gente de rosto coberto, etc, que são atos simplesmente de bandidos. E para bandidos que se aplique a lei e cadeia. Mais nada.
Estamos nos referindo às constantes manifestações que ocorrem, principalmente na capital paulista, em dias de semana, em horários comerciais e fechando avenidas essenciais e que atrapalham a todos: principalmente os pobres e a classe média. Isso é muito comum ao MST, MSTS, entre outros grupos. Mas, nos últimos dias, também de estudantes das escolas estaduais descontentes com a reorganização. Não estamos nem de um ladro, muito menos de outro. Vamos nos ater somente a todos os prejuízos que são causados pelo fechamento criminoso de grandes artérias.
Esta semana, via-se, na capital, gatos pingados fechando grandes avenidas, prejudicando milhões de pessoas. Não só da capital, mas até de Mogi das Cruzes e cidades da nossa região, que ou trabalham por lá ou dependem de algum serviço que só é prestado em São Paulo.
Mas o que isso tem a ver com o título deste editorial "Já foram aos EUA?" Se manifestações como estas, de poucas pessoas atrapalhando uma imensa maioria, acontece em terras americanas, a polícia americana simplesmente "desce o porrete", como se diz na gíria, sem pestanejar. Lá protestos precisam ser agendados e em locais determinados. O cidadão tem direitos, sim, mas o seu direito termina quando começa o do outro. E ponto final.
E se nos "states" é assim, porque no Brasil temos que baixar a cabeça para essa bagunça desenfreada, em que qualquer cara de pau faz o que bem quer?
O direito à manifestação é assegurado, sim, mas é preciso urgentemente de uma legislação que impeça que se fechem avenidas ou que gatos pingados utilizem de um vazio na lei - e do despreparo das nossas autoridades constituídas, para fazerem o que querem. Ou respeitamos o direito de cada um - e o geral - ou vamos instituir que tudo vai passar a ser decidido no grito.