Foi um ano turbulento na economia e na política. Na Justiça, o grande marco foi, sem dúvida, a atuação do juiz Sérgio Moro na condução da operação Lava Jato. Nunca antes em nossa história, tantos poderosos visitaram as celas no Brasil. Alguns deles continuam no cárcere e a passagem de ano será quadrada.
Parece tudo muito ruim, mas na verdade não é. A doença chamada corrupção foi exibida de forma explícita e bem ou mal está sendo tratada com os instrumentos disponíveis e pela lei vigente. Essa nova fase da Justiça brasileira, inaugurada com o julgamento do que se convencionou chamar de mensalão, demonstra que tomamos um novo rumo e que a sociedade não aceita mais conviver pacificamente com a corrupção.
Falta muito ainda a ser desvendado e muito pior do que ocorreu na Petrobras, talvez tenha ocorrido no BNDES. Não sabemos ao certo quantos bilhões de reais foram desviados, mas certamente saberemos.
2016 chega e, com ele, a primeira oportunidade de mudança, as eleições municipais. Nelas veremos, especialmente nas capitais e grandes cidades brasileiras, se os escândalos se converterão em renovação das lideranças locais, prefeitos e vereadores. O que se espera do povo brasileiro é que, depois de um ano difícil, com a volta da inflação, o aumento descontrolado do desemprego, a recessão econômica e a revelação dos desmandos na condução da coisa pública, ele eleja novos representantes que sejam diametralmente opostos a tudo o que se assistiu em 2015.
O compromisso não deve ser apenas com a probidade administrativa, mas principalmente com a eficiência administrativa, é o mínimo que se espera de nossos representantes. O Brasil não pode perder essa primeira grande oportunidade de renovar em 2016.
O ano que vem certamente será de reconstrução, retomada do crescimento, de redução da inflação, da volta gradativa do emprego, enfim, um ano novo em que espera que a Justiça continue sendo feita, principalmente para aqueles que se apropriam do dinheiro público em benefício próprio.