Tenho acompanhado com muita atenção algumas questões relativas ao Governo do Estado de São Paulo. Refletindo sobre tais questões tive vontade de recuperar um conceito aprendido quando ainda era criança sobre a propagação da luz.
"Quando a luz é emitida de uma determinada fonte, ela passa a se propagar com uma velocidade de 3.105 km/s, isso para o vácuo, ou seja, na ausência de matéria. No entanto, a luz também pode se propagar em outros meios além do vácuo. Esses meios podem ser classificados de acordo com a interação deles com os feixes de luz. Eles podem se classificar em: translúcidos, transparentes e opacos."
Nos meios translúcidos, os feixes de luz descrevem trajetórias irregulares com intensa difusão, ou seja, a luz se espalha sobre o meio no qual está se propagando. Os meios transparentes são aqueles que permitem que a luz atravesse, descrevendo trajetórias regulares e bem definidas. Já os meios opacos são aqueles que não permitem a propagação da luz.
Fiz essa breve incursão pela minha infância escolar apenas para chamar a atenção daquela que talvez seja a maior característica da gestão do senhor Geraldo Alckmin à frente do governo do nosso estado. Enquanto a sociedade clama por transparência nas administrações públicas, como forma de fortalecer a democracia, esse governo caminha no sentido contrário. Portanto é um governo opaco. Não permite a propagação de informações importantes e necessárias ao povo. Enfraquece a democracia.
Foi e é assim com a questão da crise hídrica. Passamos todo ano de 2014 sem conhecer a verdade sobre uma crise que alterou o cotidiano de milhões de pessoa e que ainda perdura. É assim quando seu governo tenta dar caráter sigiloso por 25 anos aos documentos do transporte público metropolitano. É assim também quando altera metodologia para forçar a redução dos homicídios.
Tem sido assim em relação ao projeto de reorganização escolar que tenta impor apesar da resistência de alunos, professores e pais de alunos. Perde na justiça quando tenta a reintegração de posse das escolas ocupadas justamente pela falta de transparência e diálogo, enquanto seu Secretário de Educação faz ouvido mouco e repete sem parar que o governo continua aberto ao diálogo.