A situação política no Brasil é de profunda crise como se vê, provavelmente, mais contundente que a própria crise econômico-financeira, a qual, por sua vez, sem dúvida, é diretamente afetada e agravada pela primeira. Agora, quando observamos a presente situação do presidente da Câmara Federal é que ficamos, mesmo, estupefatos!
A impressão pode ser a de que, neste momento, só escrevemos sobre coisas ruins e negativas, mas o fato é que não há como calar diante de tanto descalabro! É quase automático clamarmos mais por equilíbrio e razoabilidade do que qualquer outra coisa, tamanha a impudência de nossas lideranças públicas. Vejam que da parte desse presidente, num dos mais importantes postos do país, há uma sequência absurda de informações no que refere a escusos recursos financeiros, movimentações, titularidades de contas na Suíça e afins: primeiro, afirmava nada ter a ver com contas na Suíça, depois, que possuía algum vínculo com contas de empresas, mas não dele, efetivamente e, por fim, revelou que fazia parte de um esquema de truste (entidade gestora de confiança), em que é, simplesmente, beneficiário do modelo de negócios, sendo que a origem da maior parte dos milhões de dólares movimentados, seriam lucros de suas atividades empresariais de décadas atrás.
Por outro lado, nada sabe a respeito de um depósito milionário que um lobista fez numa dessas contas, de forma que o respectivo truste estaria analisando a procedência do recurso para definir se o aceitaria na conta ou não. Assim, tal recurso estaria absolutamente intacto, desde o seu ingresso, em 2011, até o presente momento, em função da análise.
Ora, quem, quando acusado de algo, se nada deve, esconde tantas informações? Quem pode admitir e esperar para ver se aceita, numa conta da qual é beneficiário, um crédito milionário ao qual não há qualquer possibilidade de ter direito, meio que esperando para ver se alguém reclama e, se não, fica adjudicado ao patrimônio? Nada disto declarado à RF ou BC: acinte à capacidade de raciocínio de uma nação inteira!