Palco para o ex Lula repetir o papel de vítima que desempenha cada vez com maior desenvoltura, a abertura do 3º Congresso Nacional da Juventude Petista foi uma ode à desfaçatez. Na plateia, gritos de "Fora Levy" e "Fora Cunha" competiam com o falso didatismo de Lula, que tentava insuflar a galera contra a oposição e a mídia.
Na lateral do ginásio brasiliense, um painel gigante "Heróis do povo brasileiro" com os rostos de José Dirceu, João Paulo Cunha, José Genoino, Delúbio Soares e João Vaccari Neto não deixava dúvidas quanto à moral da turma.
Lula, que tem se dedicado a tentar safar a si e aos seus agrediu com as obviedades de sempre e se superou. Desfiou a ladainha da perseguição da oposição, da direita, da mídia e de setores da sociedade que estariam usando todas as suas forças para destruir o PT.
Certa altura, para tentar conter os que cobravam a ruptura com o PMDB de Eduardo Cunha e com o liberalismo do ministro da Fazenda Joaquim Levy, disparou um libelo em prol do partido único: "o ideal de um partido é que ele pudesse ganhar a Presidência da República, 27 governadores, 81 senadores e 513 deputados sem se aliar a ninguém".
Sem tirar nem por esse é o verdadeiro projeto do PT, expresso sem constrangimento pelo líder maior. É essa a democracia em que o PT de Lula crê. Ter tudo. Dominar todos os espaços. E só abrir para uns e outros quando não tiver saída.
É angustiante ver jovens defendendo ou mesmo achando natural lançar loas a José Dirceu, condenado pelo Mensalão e preso pela Lava-Jato, e a outros petistas de primeira grandeza também pegos embocados na botija.
Aliando-se ao presidente da Câmara para que ele não inicie o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff, na cumplicidade bandida de comparsas no Parlamento e na nata do empresariado, elite que muito lucrou e ainda lucra com o esquema petista, Lula e seu partido exacerbam no modus operandi.
Acham que podem contar com a ignorância da maioria, a cegueira de uns e o fundamentalismo de outros. E prosseguem atentando contra o País.