Mais de quarenta mortes em plena Beirute; mais de 20 em Bamako; reiteradas explosões provocadas na Nigéria, ceifando a vida de outras centenas; avião russo derrubado por não detectado artefato, levando consigo mais de duzentos.
O funesto e deplorável "apetite" de facções que se imbricam e se confundem, que, com absurdo apelo religioso tem cometido crimes bárbaros, semeado o medo e instalado o pânico nas mais diversas nações, sem nenhuma dúvida deve ser não só reprovado, mas combatido de todas as maneiras possíveis.
No entanto, nos casos acima, não foi o que se viu. Conformada com a carnificina, dando de ombros ao drama humano sofrido por nações menores, as grandes potencias, de longe, apenas observaram, quando não, em gesto diplomático dispensável, porém de praxe, lamentaram os incidentes.
Bastou, no entanto, que a poderosa França, integrante do consagrado "G-8", que congrega os estados mais ricos fosse conspurcada; precisou, apenas, que a formidável e acolhedora Paris, berço da arte e símbolo do turismo, se visse invadida, para que a consternação se abatesse sobre todos, e se apressassem os poderosos em firmar pacto de guerra ao Estado Islâmico e outras divisões terroristas.
É nesse contexto que tem razão de ser, a pergunta que tem sido recorrentes nas redes sociais: o sangue ocidental é "mais azul"? Aquele que nasce em centro abastado e merecedor do glamour mundial é superior ao seu sofrido irmão de outros rincões, mais pobres porque eternamente explorados? A vida, consagrada pelas religiões e uniformemente garantida pelas diversas legislações, tem valores medidos pelo local em que é gerada?
Na realidade tudo não passa de um midiático jogo fomentado por aqueles que, senhores das armas, precisam, até para sobrevivência interna, de uma escaramuça aqui, de uma guerra ali. A perda humana é simples efeito colateral, a menos. é claro, que atinja um dos seus.
Nessa hora, atendendo aos seus reclamos, falsas lágrimas, o mundo se revolta!