Até que a morte nos separe". Esta frase, utilizada para selar um relacionamento, precisa ser melhor compreendida pelas pessoas. Até que a morte nos separe, desde que seja em comum acordo entre ambas as partes. O que temos visto são homens inconformados com o final de um relacionamento e decretando o fim da vida de sua ex-companheira. Aqui na região, os casos não param de ocorrer.
Anteontem, um rapaz ateou fogo no corpo da ex-companheira. Há algumas semanas, um atormentado esfaqueou a ex-namorada, que estava grávida. Em outro caso, um homem matou a esposa e pôs fogo na própria casa. O tema mereceu matéria especial no último domingo, tendo inclusive como entrevistados um sociólogo e especialistas em segurança.
Entre as possíveis causas de tantos casos de agressão contra a mulher, até mesmo o fato da ascensão profissional das mulheres foi levantado, o que faz muitos homens machistas se sentirem inferiores. Há outros fatores determinantes para tais ações violentas, como as traições.
Ocorrências assim são registradas com frequência nas delegacias, e para delegados experientes, a simples resposta de que se trata de um crime passional, explica tais atitudes absurdas. Mas porque os homens não aprendem que todo relacionamento pode sim ter um fim. Como diz sociólogos e especialistas entrevistados na reportagem da semana passada, algumas pessoas não aceitam ser abandonadas, não estão acostumadas com a rejeição, são movidas pela emoção e esquecem completamente a razão.
A lei Maria da Penha veio para tentar punir com maior rigor os criminosos que agridem a mulher, mas mesmo assim os casos parecem que não diminuíram. Talvez levaremos muitos anos ainda para lhe dar melhor com situações passionais, a entender que o mundo mudou e que é preciso respeitar a opinião e vontade dos outros.
Enquanto nossa sociedade continuar com homens machistas e, porque não dizer, psicopatas, continuaremos vendo mulheres sendo agredidas e mortas pelos ex-namorados e ex-maridos.
Em todos esses casos, não vemos um remédio prático para solucionar o problema, apenas a prevenção, que pode ser feita pela família da mulher. Com educação e bons conselhos, relacionamentos destrutivos podem nem mesmo ser iniciados, se os primeiros diagnósticos de violências forem identificados no início.
Como de costume, na maioria das ocorrências policiais, essas violências domésticas estão muitas vezes relacionadas com o uso de drogas. Com pessoas desequilibradas, viciadas e despreparadas para as mudanças do mundo atual, não é difícil entender porque tais ações ocorrem com frequência.