As críticas para aprofundamento de assuntos e debates sobre situações são necessárias para evolução, mas precisam ter relevância e conteúdo opostos aos gostos pessoais por parte de quem as expressa. Na política, esta teoria é enfraquecida pela popularidade de alguns nomes.
Como disse o jornalista e educador Gilberto Dimenstein, há três anos, no extinto programa Provocações, da TV Cultura, do falecido Antônio Abujamra, o brasileiro repudia as pessoas corretas, os "acertivos". De acordo com ele, somos mais simpáticos aos errantes, àquelas pessoas que sofreram, que não são tão instruídas, mas que possuem enorme força de vontade. Esse pensamento, que tem amparo até mesmo nas teologias, não precisava ser levado a sério quando tratamos de política.
A política é a área em que o erro não pode ser facilmente admitido, até porque os salários são altos. As pessoas eleitas contam com toda a estrutura necessária para realizar um bom trabalho, e o País inteiro sofre com a má conduta de seus administradores. Portanto, o brasileiro precisa entender que a simpatia de um Lula ou de um Suplicy não basta para fazer do Brasil um lugar melhor.
Muito se fala em textos políticos que, quando um político ganha o apoio do povo, ele elege até mesmo um poste, haja vista o que já fez Maluf em São Paulo com Pitta, e Lula com Dilma agora, entre outros casos. Tudo isso mostra porque temos governos despreparados para agir rapidamente e resolver problemas.
A maioria dos cargos de ministros no Brasil é dada a amigos, colegas, partidos parceiros, e não para profissionais especialistas. Aloizio Mercadante é o ministro da Educação, mas não tem uma história concreta nesse tema, sendo ele mais um economista e petista das antigas. O novo ministro da Previdência Social, área que sofre atualmente por vários conflitos do mundo moderno, é um sindicalista e um dos fundadores do PT, apesar de bem conceituado, não conta também com um currículo neste departamento.
Isso ocorre em todas as relações. No esporte, por exemplo, os técnicos da seleção são sempre os mais próximos dos cartolas e não os treinadores mais vencedores e qualificados. Enfim, para melhorar o que não está bom, precisamos abrir mão da troca de afagos e investir e dar crédito a quem realmente entende do assunto. Nem sempre a pessoa mais qualificada será a mais simpática, mas estamos diante de um cenário que exige atitudes e bons resultados, não de sorrisos, apertos de mão, abraços, entre outras coisas que nos deixam menos carentes.