m plena era da informação, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fez de tudo para esconder dados importantes sobre sua administração. Após colocar, em atacado, documento públicos sob sigilo, precisa vir a público reconhecer o erro e revogar as resoluções editadas pelo seu secretariado (evidentemente com o seu aval) que, na contramação da globalização, quando todos têm querem saber de tudo, proibiu o acesso a detalhes da operação da CPTM, Sabesp e Polícia Militar.
Após reconhecer o erro, Alckmin criou uma comissão com o objetivo de rever os tais artigos da discordia. Os atos classificando documentos, dados e informações como secretos e ultrassecretos passarão pelo crivo privativo dos respectivos secretários "donos dos assuntos", antes de serem encaminhados a tal comissão. A medida abrange todos os gestores públicos, segundo informou o Palácio dos Bandeirantes, o que inclui, por exemplo, a resoluções publicadas pelo comandante-geral da Polícia Militar.
Como justificativa para o recúo, Alckmin, em nota encaminhada à Imprensa, disse que a Controladoria Geral da União acaba de eleger São Paulo como o estado mais transparente do Brasil. O resultado foi obtido no índice criado pela CGU para medir a transparência pública em estados e municípios brasileiros no cumprimento da Lei de Acesso à Informação.
Resta saber se os critérios adotados para entrega desta premiação foram parecidos com aqueles que escolheram o governo Alckmin como o que melhor geriu os recursos hídricos, em plena crise de abastecimento, a maior da história.
Não faria sentido se os decretos do tucano continuarem vigentes. A Lei de Acesso à Informação, que completou apenas três anos de vida, vem produzindo efeitos para além do esperado. Ela tem provocando a divulgação espontânea de informações de grande importância para a sociedade. A partir dela, abriu-se, uma após outra, várias das antigas "caixas pretas" do Estado.
A sociedade precisa ter conhecimento do que está sendo feito com o dinheiro gerado a partir dos impostos.