Enquanto não houver um desfecho nessa interminável crise político-econômica do Brasil, vamos continuar patinando. E patinam mais os que menos podem, ou seja, a classe média e a pobre. Afinal, quem tem dinheiro - ou poder, ou mesmo os dois juntos - vai continuar nadando em um mar azul tranquilo sob um céu ensolarado.
Uma justificativa do que afirmamos acima vem da pesquisa Pulso Brasil, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), que aponta o seguinte: em 2015, os brasileiros estão pouco estimulados a comprar, por falta de dinheiro e pelos preços altos, algo que nós que vivemos aqui embaixo na vida real já sabemos de cor e salteado.
Indica essa pesquisa, ainda, que no primeiro semestre, os consumidores preferiram produtos de menor valor, como itens de telefonia e eletroportáteis, diminuindo a compra de eletroeletrônicos, como televisores, DVDs e home theaters.
E, contrariando o deputado federal Tiririca, "pior que está, fica!", os entrevistados na pesquisa Pulso Brasil se mostram mais pessimistas para este segundo semestre. Para 43%, as condições financeiras estão piores ou muito piores. Em 2014 o número registrado foi de 12%.
Isso é apenas a ponta de um imenso iceberg, muito maior que aquele que afundou o Titanic, pois estamos falando apenas em bens de valor agregado mais alto, mas a queda nas vendas inclui também muitas outras coisas, incluindo vestuários, calçados, diversão e, acreditem, até comida.
A queda no movimento dos supermercados é acentuada e contínua. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) aponta que, desde o início do ano, os consumidores foram quase três vezes a menos, em média, aos estabelecimentos no País. Somente no Estado de São Paulo - o mais rico e poderoso do Brasil - os consumidores cortaram, desde o início do ano, seis visitas ao mercado.
Aí no seu bairro, na sua cidade, constate isso, veja que há muito menos consumidores nos corredores, em frente às gôndolas, nos caixas... E isso se repete em vários outros tipos de comércio. Compra-se apenas o que se vai consumir, o essencial, nada de supérfluos.
Um remédio para isso? A definição desse imbróglio político, que jogou a nossa economia do alto de um precipício. E será que em Brasília os responsáveis estão preocupados com isso?