Imagine alguém que ganhe R$ 2 mil por mês e gaste R$ 3 mil. Na certa, estará utilizando o cheque especial (com juros de mais de 400% ao ano), lançando mão de empréstimos bancários (que também têm juros muito altos) ou vai ficar devendo na praça e depois entrar na lista do SCPC e ficar inadimplente até que arque com todos os prejuízos.
Mas com os governos não é assim. Não tem dinheiro, ou gastaram demais, criam-se novos impostos e aumentam-se alíquotas já existentes. Ou seja, mesmo com uma Lei de Responsabilidade Fiscal, a bagunça está feita, lógico, criada pelo nosso governo central.
A tão falada Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) deve vir por aí. Não se sabe se ainda neste ano ou em 2016. Mas com o rombo nas finanças do governo Dilma, pela festa com o dinheiro público e mais as pedaladas, que deve ultrapassar os R$ 120 bilhões, alguém vai ter que pagar essa conta. E adivinhem quem? Acertou quem respondeu nós, a sociedade.
E para piorar, a alíquota inicial dessa nova CPMF, que seria de 0,20%, engrossada agora pela associação de prefeitos (que por conta da crise federal também estão com dificuldades), deve subir para 0,38%. Isso mesmo, quase o dobro em relação à intenção original.
O governo federal, a maioria dos governadores e a associação dos prefeitos não estão nem aí para os resultados de uma pesquisa divulgada na última terça-feira, que mostra que 70,5% dos brasileiros não são a favor da volta da CPMF, são totalmente contra a volta desse fatídico imposto.
Esse levantamento de opinião foi realizado pela MDA Pesquisa a pedido da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O estudo apontou ainda que outros 17,8% afirmaram que não sabiam o que era a CPMF e 2,3% não souberam ou não responderam. E que apenas 9,4% dos entrevistados são a favor do imposto.
A pesquisa mostra ainda que 86,7% dos entrevistados não estão dispostos a pagar qualquer tipo de imposto novo para ajudar o Brasil a superar a crise econômica - porque sabem que esse rombo advém da verba mal gasto, da farra que é feita com o dinheiro do povo. Somente 12,1% dos ouvidos se disseram dispostos a arcar com uma alta na carga tributária - ou seja, concordam em pagar mais mesmo sabendo que muito desse dinheiro vai simplesmente pelo ralo.
Será mais uma prova de que os governantes brasileiros não estão nem aí para o que o povo pensa. Menos, claro, em época de eleições, quando todos parecem santos em busca de voto.