Põe o Janine, tira o Janine. Tira o Mercadante daqui, coloca ali. Põe o dono do restaurante de Duque de Caxias na Ciência e Tecnologia e desloca o Rebelo para a Defesa. Ali, dirigindo a orquestra, da coxia, o grão vizir Lula, aquele que é a favor e contra o governo, aquele que planta cargos para colher governabilidade.
Na dança das cadeiras promovida pela presidente Dilma com a finalidade de abrir mais espaço em seu governo para abrigar um aliado faminto que tem o poder de retirar-lhe o mandato, faltavam cadeiras e havia dançarinos sobrando.
O grão vizir interveio e colocou um dos seus, Jacques Wagner, na Casa Civil e deixou que Dilma deslocasse seu xodó Mercadante para a Educação, completando a quinta troca de comando.
O outro trambolho que o grão vizir resolveu entregar de mão beijada à voracidade do PMDB foi o ministério da Saúde, que estava nas mãos do companheiro Arthur Chioro, delicadamente avisado que estava fora pela presidente Dilma, num telefonema de dois minutos. Ao que se informa, ela não teve tempo nem de dizer-
lhe "obrigado".
Para completar o cenário, anunciou-se que um dos dois candidatos cogitados pelo PMDB para preencher o cargo, o deputado Manoel Júnior, da Paraíba, foi citado numa CPI como suspeito de ter participado de um assassinato. O escolhido acabou sendo Marcelo Castro, do Piauí, apadrinhado de Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara.
O grão vizir ainda disse a seus amigos que está pensando em lançar já a sua candidatura para 2018, com a finalidade de "ocupar espaços", enquanto mostra à sua criatura onde fica o caminho mais curto para que a sua insignificância não atrapalhe o seu projeto de poder.
Enquanto os ilusionistas embaralhavam as suas cartas, os jornais anunciavam mais mar revolto à frente: a denúncia da venda de MPs favorecendo a indústria automobilística, durante o governo Lula, e doações da UTC tiradas de propinas da Petrobras para financiar a campanha da reeleição de Dilma. Um céu sem brigadeiro.