Escrevi sobre este tema logo em seguida ao discurso de posse da presidente Dilma e, naquela oportunidade, mencionei a importância e a coerência do discurso em que se definia a educação como "prioridade das prioridades". Na ocasião, a presidente ainda disse que "também devemos buscar, em todas as ações do governo, um sentido formador, uma prática cidadã, um compromisso de ética e um sentimento republicano. Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero."
Certamente, belas e acertadas palavras. No entanto, devem ser confrontadas com as ações e realizações subsequentes para, mais uma vez, simplesmente não nos restringirmos a palradores frívolos, sobretudo num caso tão expressivo: o lema de um governo.
Passados cerca de dez meses do discurso, infelizmente, não conseguiríamos identificar nada de novo na educação, não contundente e no sentido da recuperação. Vemos, sim, alguns retrocessos, como o caso da suspensão do pagamento de bolsas de estudo no exterior e situações em que não se vê evolução, por exemplo, no que refere a planos de carreira, cargos e salários do corpo docente e orçamento das escolas públicas, especialmente de universidades, sendo que as consideradas melhores do País, têm amealhado um declínio nos últimos anos em sua classificação geral no mundo, enquanto o nocivo sócio-construtivismo continua dominando nas salas de aula.
A educação continua mal depois de quase um ano em que foi publicamente considerada principal. Vai mal porque a gestão é equivocada, porque não há planejamento adequado e, porque, pelo jeito, seu patrono que é o governo está perdido. Parece que sim, pois só neste ano já tivemos três ministros diferentes: Cid Gomes, Janine e, agora, Mercadante. O que esperar de uma organização que anuncia formalmente qual é sua principal base para em seguida mostrar-se perdida em relação ao que fazer com ela?