Teses que apontam para o fim da história e o fim das ideologias costumam aparecer com certa frequência. É bem provável que o momento em que teses assim ganharam maior visibilidade foi em 1992, quando o sociólogo nipo-americano Francis Fukuyama, publicou o livro "O Fim da História e o Último Homem".
De acordo com o pensamento do sociólogo, depois de um século marcado pela emergência e declínio dos regimes fascistas e comunistas, de enormes turbulências políticas e de crises econômicas, de contestação intelectual e prática ao liberalismo econômico e político de corte ocidental, o mundo se rendia ao sistema liberal ocidental. Vale ressaltar que, no início dos anos 90, o mundo ainda vivia os desdobramentos da queda do Muro de Berlim, o maior símbolo da Guerra Fria que vigorou desde o fim da Segunda Grande Guerra.
Inspirados diretamente ou não pela tese do Fukuyama e dos argumentos apresentados por ele, alguns intelectuais e muitos analistas buscam dar vida a ela cotidianamente. Com a cultura consumista propagandeada pelo discurso liberal tenta-se vender como verdade absoluta "determinadas virtudes" de um sistema econômico que não consegue prover toda a humanidade de um mínimo necessário para viver.
Basta considerar o seguinte: segundo estudo divulgado recentemente pelo banco Credit Suisse, a desigualdade econômica vem aumentando continuamente desde 2008, com metade da riqueza do planeta nas mãos de 1% da população. Agora, a porção mais rica é dona de 50% da riqueza mundial. Em 2014, o índice era de 48,2%. 
Na verdade, quanto maior é a capacidade produtiva das principais economias do mundo, maior é o fosso entre os poucos ricos e os muitos pobres. E é em continentes como a África e parte da América onde se concentram o maior número de pobres e as maiores desigualdades.
A riqueza é grande, mas está disponível para poucos.