Reportagem publicada hoje no Dat alerta a população de oito municípios da região atendidos pela EDP Bandeirante, para mais um aumento nas contas de luz, já a partir do dia 23. Trata-se do segundo reajuste feito este ano. Isso sem contar na manutenção da chamada "bandeira vermelha", que indica custos ainda elevados de geração de energia, que são repassados aos consumidores mensalmente nas contas (o valor, atualmente, é de R$ 4,50 para cada 100 quilowatt-hora (KW/h) consumidos no mês).
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o mais recente acréscimo na tarifa de eletricidade se deve à revisão tarifária para as concessionárias e distribuidoras, que é realizada a cada quatro anos. Ainda conforme o órgão, o custo ficará 10,64% maior para o consumo residencial e 12,86% para as indústrias.
Embora já tivesse sido noticiado e até previsto, o novo aumento nas contas de energia elétrica joga um "balde de água fria" na declaração da presidente Dilma Rousseff, que em agosto deste ano lastimou a alta no setor, atribuindo-a à falta d'água nos reservatórios das usinas hidrelétricas - o que obriga as distribuidoras a recorrerem às usinas termelétricas, que cobram mais caro pela energia. Ou seja, apesar da presidente ter dito, na ocasião, que "estamos em uma situação bem melhor, porque o encarecimento do fornecimento de luz começa a ser progressivamente revertido", devido à construção das termelétricas (já que se não fossem elas, segundo Dilma, teríamos um racionamento de energia), o quadro que ora se apresenta não tem sido animador.
Isso porque os cidadãos e os empresários já não aguentam mais pagar, além de tantos impostos, os aumentos constantes nas tarifas, nos próprios tributos e, consequentemente, nos produtos consumidos, principalmente os alimentícios. Tudo sobe e, sem emprego, a situação se torna, a cada dia, mais insustentável para os brasileiros.
A insatisfação é tão generalizada que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou, dias atrás, a campanha "Não Vou Pagar o Pato", com o objetivo de pressionar o governo contra o aumento e a criação de mais impostos. O manifesto já registrou aproximadamente 90 mil assinaturas e cada uma delas representa o sentimento de indignação e cansaço que se perpetua na sociedade.
Resta torcer para que a crise não se prolongue tanto ou que pelo menos estacione, a despeito das últimas previsões feitas pelos economistas. Caso contrário, não só vamos pagar o pato, como continuaremos pagando-o diariamente.