A alienação de grande parte da população brasileira, que parece se preocupar mais com as personagens de novela, transforma o País num marasmo imenso e perigoso. Se aceita de tudo, com a maior naturalidade.
Um exemplo disso é a alta do dólar, que ultrapassou os R$ 4 pela primeira vez. Para muita gente, mas muita gente mesmo, isso é problema para quem tem dinheiro.
Aí é que está o engano. A alta do dólar mexe com a vida de todos - principalmente com os mais pobres - e desaba como uma bomba sobre a classe média, faixa da população que é atacada violentamente pelo governo federal. Isso, aliado a tanto dinheiro dos nossos impostos desviado para a vala da corrupção e assalto aos cofres públicos, resulta apenas em uma coisa: o País está mais pobre - o povo brasileiro está mais pobre.
Sobre a alta do dólar, de forma direta ou indireta, muitos produtos e serviços vão ser afetados e terão seus preços aumentados. O assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Vitor França, mostra que, embora o valor da moeda americana tenha impacto mais visível nos pacotes de viagens internacionais, produtos eletrônicos (celular, televisores, aparelhos de som, etc) e nos importados - bacalhau, azeite, vinhos, por exemplo - vai impactar também no preço do pãozinho de cada dia e de todos os derivados do trigo, pois metade desse grão que consumismo aqui é importada e, dessa forma, comprada pela cotação do dólar.
E a lista dos produtos que vão sofrer aumento ainda passa pelas carnes (que já estão com os preços nas alturas) - pois vai ficar mais atrativo ao produtor exportar do que vender no mercado interno. Devem subir também os artigos de higiene e beleza, como desodorantes e cremes - cuja matéria prima é importada.
Como se vê, a alta do dólar é um problema que afeta a todos. Quem sabe se os problemas da realidade brasileira, um dia, tenham mais espaço na prioridade das pessoas do que tanta coisa supérflua. Tomara!