O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, disse ontem que "erra feio" quem apostar no enfraquecimento do titular da Fazenda, Joaquim Levy.
"Levy fica porque nunca saiu. Sempre ficou", disse Silva. "Ele é reconhecido pela presidente Dilma e pelo conjunto do governo. Trata-se de um ministro sério, trabalhador, comprometido não só com este governo, mas com o nosso País."
Dilma se reuniu ontem com Levy e com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto. A intenção foi a de afinar o discurso da equipe, após o titular da Fazenda expressar mal estar com sua "fritura" no próprio governo.
As desavenças foram escancaradas com mais ênfase depois que o governo apresentou a proposta de Orçamento de 2016 com um rombo de R$ 30,5 bilhões. Levy defendia uma redução maior de gastos, da ordem de R$ 15 bilhões, para evitar a exposição do déficit. Barbosa e Mercadante, por sua vez, pregavam a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), por um prazo de no máximo dois anos, como alternativa de arrecadação, mas políticos e empresários rechaçaram a proposta.
A exemplo de Dilma, que comparou as divergências a problemas enfrentados por uma "família", Silva disse que concepções diferentes são "naturais" em qualquer governo. "Após os debates, quem arbitra e quem escolhe o caminho a seguir é a presidenta. E Levy, todos sabem, tem a virtude de saber ouvir."
Mercadante
O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante disse que uma possível saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do governo não foi tratada em reunião com a presidente Dilma Rousseff e que Levy "vai continuar ajudando" a equipe. Mercadante ressaltou que a equipe trabalha em unidade e alinhada no esforço de promover corte de gastos.