Imagine entre dez e 15 pessoas chegando na rodoviária Geraldo Scavone, em Mogi das Cruzes, todos os dias. Elas são novos moradores da cidade. O mesmo poderia se repetir na estação de trem de Suzano. É mais ou menos assim que a população cresce, não só em Mogi mas em todas as demais cidades do Alto Tietê. O comparativo tem como base os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os dados, em dez anos, a região teve um aumento de 8,8% de sua população, como foi publicado no último sábado pelo Dat.
Se juntarmos todas as dez cidades, a região ultrapassa 1,5 milhão de habitantes. Só Mogi conta com 424 mil, seguida de Itaquá, com 352 mil, e Suzano, com 285 mil. Entre os motivos para aumento estão a qualidade de vida em alguns municípios e a proximidade com a capital. A tendência é continuar crescendo nos próximos anos.
Com isso, quem mora nestas cidades há décadas e conhece suas histórias começa a se preocupar. Para onde vão os hábitos, as características e as peculiaridades do local com tantas pessoas vindo de fora? Mogi continuará com seu aspecto de cidade histórica mesmo com tantos prédios e condomínios? O caos das ruas Benjamin Constant e General Francisco Glicério, no centro de Suzano, suportará ainda mais gente? E a violência em Itaquá, que a cada ano tem mais moradores?
Os desafios das principais cidades da região são enormes, pois não contam com a população em si, mas com um número que não para de crescer. As prefeituras e os vereadores precisam olhar com atenção para esta constatação, já que o perfil dos municípios deve se modificar bastante nos próximos anos. Alguns bairros já mostram essa mudança, como é o caso do bairro Nova Mogilar, em Mogi, onde é fácil encontrar famílias que não cresceram nesta cidade, mas viram ali um bom lugar para seguir suas vidas. Alguns bairros suzanenses também são formados por pessoas de outros lugares que, principalmente ao melhorarem suas condições financeiras, procuram por cidades mais estruturadas.
Neste momento, o município que tiver a melhor gestão em Saúde, Educação e Segurança, com toda certeza, terá maior preocupação, isso porque, não interessa o preço do metro quadrado, qualquer pessoa terá interesse em morar neste local.
Cidades como Suzano, onde empresas estão investindo pesado em novos condomínios residenciais, deveriam melhorar a questão dos atendimentos básicos, como na Saúde. Itaquá tem olhado com mais atenção para este quesito.
O crescimento populacional é normal, mas a falta de estrutura de um município pode causar uma formação desorganizada para o futuro e comprometer a qualidade de vida tão desejada por todos.