São Paulo enfrenta desde o ano passado a pior crise hídrica dos últimos 84 anos, e o Sistema Alto Tietê (Spat), que atende 4,5 milhões de pessoas, é o segundo do Estado que sofre a maior seca - só perde para o Cantareira, que já opera com o volume morto.
Mogi das Cruzes fechou o mês de agosto com uma economia de apenas 11% no consumo de água na comparação com o mesmo período do ano passado. O porcentual ficou bem abaixo da meta estipulada pela administração municipal, que é de 30%. Além disso, foi o menor índice registrado desde que o Plano de Contingenciamento de Água foi implantado no município, em fevereiro deste ano.
A população, em geral, parece se preocupar com a alarmante situação apenas quando a campanha sobre a crise hídrica está bem aquecida na mídia e, quando alcança resultados positivos, mesmo que mínimos, esquece de continuar se policiando na economia deste bem precioso. O racionamento precisa ser constante.
O brasileiro ainda usa e abusa muito da água. Talvez se déssemos mais atenção para os graves prejuízos causados à população mundial, principalmente àquela sem acesso à água potável, tomaríamos mais cuidado.
Segundo a ONU, a população mundial, que em 2000 era de 6,2 bilhões, deve aumentar em mais 3 bilhões até 2050. A demanda por água crescerá e será preciso achar formas de conservar e reciclar este recurso.
À medida que a população cresce, a quantidade de água disponível diminui. O planeta conta com apenas 3% da água doce. Desses 3%, 2,5% estão congeladas na Antártica, no Ártico e em glaciares e, portanto, não estão disponíveis para consumo. Em 2025, dois terços da população mundial viverá em países com sérios problemas de abastecimento de água, especialmente no norte da África, no Oriente Médio e no extremo Oriente. E o principal: 1/6 da população mundial não tem acesso à água potável.