Um caso de maus-tratos em uma escola particular de Arujá chocou a região. A denúncia foi feita por dois pais que tinham seus filhos matriculados na instituição Catavento, que funciona há dois anos. O boletim de ocorrência foi feito na semana passada e o caso está sendo tratado sob sigilo.
A polícia investiga o caso por meio de imagens e áudios gravados e que apresentam as proprietárias do local falando de forma ríspida com dois alunos e os obrigando a comer, além de colocar um deles de castigo de pé com uma caixa de papelão na cabeça. O valor da mensalidade varia entre
R$ 1,1 mil e R$ 1,5 mil.
A denúncia sobre os maus-tratos partiu de uma funcionária que trabalhava no local e gravou as imagens e os áudios com um aparelho celular. No vídeo, é possível ver um dos meninos sentado em uma cadeira própria para alimentação e uma das diretoras o forçando a comer.
A presente investigação remete ao caso da Escola Base, de São Paulo, fechada em 1994. Na ocasião, seus proprietários e mais dois funcionários foram injustamente acusados pela imprensa por abuso sexual contra alguns alunos de quatro anos. As acusações eram pesadas e pouco espaço foi dado aos acusados. O caso contou também com atitudes precipitadas por parte da polícia, que supostamente teria agido pressionada pela mídia.
Em 1995, os envolvidos moveram uma ação por danos morais contra a Fazenda Pública do Estado. Eles ganharam as duas primeiras instâncias. O processo está em Brasília, aguardando a sentença final.
O erro crasso em falta de apuração imparcial da imprensa levou alguns órgãos a serem processados por danos morais, incluindo a Folha de S. Paulo, Estado de São Paulo, Globo, SBT, Record, entre outros. Nada elimina, porém, tampouco minimiza o estrago causado nas vidas dos acusados, que sofreram enorme pressão e tiveram suas carreiras profissionais destruídas. Por isso, é preciso ter muita cautela nas investigações do caso da escola Catavento. Mesmo porque, independente do resultado do inquérito policial, as vidas das proprietárias da instituição já estão condenadas e sofrerão drásticas mudanças. Mas, se for provado os maus-tratos, que a justiça seja feita e que paguem pelo que fizeram.
Fica uma dica importante. Se você tiver filhos menores de cinco anos matriculados em qualquer escola, e estes não se sentirem bem no local, desconfie. Crianças até esta idade ainda não têm o discernimento do que é certo ou errado, e muitas vezes por medo, não fazem qualquer reclamação.