Entre comemorações e temores diante da denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a já esfacelada base governista será colocada novamente à prova. E falhará.
Na mira da próxima leva de processos que tem que chegar ao Supremo até o dia 31 estão 12 senadores e 21 deputados da chamada base - se é que isso ainda existe -, além de 13 ex-deputados. Com eles, Dilma Rousseff (PT) poderá ser arrastada para mais uma temporada no inferno em que ela reside desde que invocou o diabo para se reeleger. 
Conseguiu estender o prazo no TCU para explicar pedaladas e outros atletismos nas contas de 2014. Beneficiou-se de bondades no TSE e até acendeu cachimbo da paz com empresários, o que custará ao País uma nova rodada de crédito seletivo para os mesmos de sempre.
Aconselhada a baixar o tom e tentar esconder sua indisfarçável soberba, Dilma escalou interlocutores para propor bandeira branca frente à avalanche de bandeiras verde-amarelas que pediam impedimento ou renúncia dela. E fingiu que acreditou no êxito das bandeiras vermelhas da última quinta-feira. Mas até Dilma deve saber que é um respiro breve.
A Lava-Jato é um trator que o País acredita que não será freado por um ou outro acordo. Nos processos de primeira instância, a operação deteve gente graúda que se julgava intocável. Investigou, julgou e condenou.
Agora é a vez daqueles que têm foro privilegiado. É aqui que a desconfiança aumenta. Não é baixo o zum-zum de que a PGR faria parte de um acordão. Em troca da garantia de recondução ao cargo, Rodrigo Janot aliviaria Renan e outros fiéis.
O procurador-geral da República pode - e deveria fazê-lo - enterrar esse tipo de intriga amanhã ao ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, casa que tem 13 dos seus 81 integrantes na mira da PGR, um deles, Fernando Collor de Mello (PTB-AL), já denunciado.
Terá a chance de provar que nem todos se submetem ao tridente de Lula, Dilma, Renan e Cia. Do contrário, o diabo vencerá. Mais uma vez.