O PT vê as manifestações populares que lhe são contrárias como uma impostura, um ato de ingratidão a quem encheu as panelas dos brasileiros.
Esse partido se coloca numa condição messiânica, como quem levou o povo à terra prometida. Assim, acha que as pessoas devem se arrastar pela cegueira, dizer amém a tudo, se calar com a boca cheia de feijão diante da roubalheira.
Com gênese nas ideologias de esquerda, esse partido é incapaz de conviver com a crítica, de modo que qualquer opinião divergente é demonizada.
Quando não estava no poder fazia uma oposição raivosa, intransigente e imprudente, e por isso hoje não consegue ver as forças oposicionistas como integrantes do próprio sistema democrático. Quem não reza sua cartilha é tido por reacionário, golpista.
No entanto, não há que se falar em ingratidão popular. Ao contrário. O Estado existe para o benefício da coletividade, para promover a justiça social, e não para servir a um partido. O povo é a fonte constitucional do poder, logo, se há ingratidão essa só pode ser de quem não honrou o mandato que lhe foi outorgado e se dedicou unicamente a encher o próprio bolso.
Não existe benevolência. Tudo foi fruto de uma construção socioeconômica feita ao longo dos anos. As políticas públicas de inclusão social são custeadas com o dinheiro dos nossos impostos, com o tesouro nacional, ou seja, os meios financeiros à disposição do Estado. Aqueles que atualmente governam o País nunca nos deram nada, apenas administram, e muito mal por sinal.
Por uma série de erros, o governo Dilma vive uma crise de representatividade, um isolamento institucional, a ausência de confiança em sua competência, com graves danos à legitimidade governativa.
E o pior disso tudo é que, por dolorosa experiência, sabemos como isso costuma terminar, basta-nos lembrar das figuras de Vargas, Jânio e Collor.