Único preso ontem pela Operação Lava Jato, Alexandre Correa de Oliveira Romano, o "Chambinho", se dedicava a um escritório de advocacia que montou em São Paulo após deixar a atividade política. Ele foi preso temporariamente ontem, na Operação Pixuleco II, 18º capítulo da Lava Jato
Em 2001, foi eleito pelo PT para mandato de vereador em Americana, no interior de São Paulo, sua única passagem pelo Legislativo. Em 2013, se desfiliou do partido.
O advogado é acusado pela Lava Jato de participar de esquema de desvio de dinheiro de empréstimo consignado do Ministério do Planejamento, que foi comandado por Paulo Bernardo e, agora, tem como titular Nelson Barbosa.
Além disso, o diretor do Grupo Consist Software, Pablo Kipersmit, afirmou à Polícia Federal que "Chambinho" foi "chave" para a celebração de contrato vinculado a acordo de cooperação técnica com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
"Disse ainda que, por conta de tal "auxílio" prestado, cujo conteúdo não é explicado pelo declarante, Romano é remunerado pela Consist até os dias atuais", destacam os delegados federais Filipe Hille Pace e Renata da Silva Rodrigues no pedido de prisão de Alexandre Romano.
Kipersmit havia sido preso temporariamente na deflagração da Pixuleco em 3 de agosto. O executivo foi solto anteontem por decisão do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. "De acordo com Plabo, o pagamento de vantagem a Romano dá-se por meio de pagamentos a pessoas jurídicas por ele indicadas, com a emissão de nota fiscal ideologicamente falsa para subsidiar a operação financeira", assinala o documento da PF que serviu de base para a Operação Pixuleco II. "Como se verá adiante, Romano indica tanto empresas diretamente vinculadas a ele, quanto as com as quais não possui vínculo aparente, mas que igualmente se beneficiam dos valores vultuosos pagos pela Consist."
A Pixuleco II investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que gira em torno de contratos milionários celebrados no âmbito do Ministério do Planejamento. Segundo a Procuradoria da República, desde a primeira Pixuleco, foram reforçadas, com novas evidências, as suspeitas de desvios milionários efetuados por empresas do Grupo Consist Software em decorrência de contratos fechados com a anuência do Ministério.