O projeto da Lei Municipal que proíbe a venda de seringas para menores de 18 anos foi aprovado na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, no começo do mês. O assunto causou muita polêmica entre os parlamentares.
A justificativa apresentada pelo autor da proposta, o vereador Jean Lopes (Pc do B), foi de evitar que menores de idade comprem seringas para usar drogas. Um que apresentou relatório contrário foi o vereador Rubens Benedito Fernandes (Pros), o Bibo. Ele argumentou que a proibição não vai combater o uso de entorpecentes injetáveis, mas vai propiciar o aumento de doenças contagiosas como a Aids. É claro que qualquer lei que dificulte o uso de drogas tem que ser analisada com atenção, mas temos que concordar que se houver a proibição de venda de seringas para menores de idade em Mogi, isso não vai diminuir o número de usuário de drogas. Mesmo porque Mogi das Cruzes fica muito próxima a cidades vizinhas do Alto Tietê, e para um usuário não é impensável que ele se desloque para Suzano, Poá, ou qualquer outro município da região para comprar sua seringa. Mesmo porque os principais problemas que o Brasil enfrenta em relação às drogas não estão relacionados as injetáveis. Tudo começa com as famosas "portas de entrada" para o mundo das drogas, que são o álcool e o cigarro. Esses continuam tendo fácil acesso e lideram o ranking das drogas mais usadas no Brasil. A diferença em relação as demais é que essas são liberadas. Depois entramos nas drogas proibidas. A maconha é a principal do ranking. Solventes ocupam o quarto lugar no ranking nacional. Craque e cocaina aparecem em seguida, assim como substâncias injetáveis, pouco utilizadas no Brasil. A proibição não irá trazer um resultados significativos para o problema. Para solucionar este obstáculo milenar da sociedade será preciso muitas ações preventivas. E olhe lá.