Já faz muito tempo que os agricultores de todo o País não têm vida fácil. Não estamos falando da vida dura do campo, de acordar cedo e enfrentar a labuta debaixo de sol ou de chuva, praticamente todos os dias. Ou da falta de água para irrigar o plantio, as geada e, neste tempo seco, o fogo em mata. E esqueça também a imagem fictícia e totalmente mentirosa do "Jeca Tatu", do caipira, para os produtores menos abastados, ou do coronel, prepotente, explorador, para os mais endinheirados.
Estamos falando das dificuldades extras que o cotidiano impõe a estes homens do campo. E a violência é uma delas e os casos do passado e os de agora são uma prova disso.
E mais um problema surgiu para estes homens do campo enfrentarem. Denúncia feita na sessão da Câmara Municipal, pelo vereador Pedro Komura (PSDB), é muito séria: produtores são alvos de criminosos que agora levam produtos de valor no mercado, como morango, tomate, tomatinhos. E vão mais além ainda os bandidos, que não só roubam alimentos, como fertilizantes e insumos agrícolas, além de - pasmem - encanamentos de irrigação.
É importante salientar que os agricultores levam de três a quatro meses - no caso das frutas até um ano - para produzir e depois serem roubados. Ainda de acordo com o vereador, "não estão roubando para se alimentar, mas para revender, pois são grandes quantidades".
Para tentar solucionar mais este entrave aos que são responsáveis pela produção de alimentos, na noite de ontem - antes da conclusão deste Editorial, uma reunião foi realizada na Associação dos Agricultores do Cocuera, com a presença de representantes das policiais Militar e Civil. O que se espera é que, independentemente do resultado da reunião, que a violência no campo seja equacionada pelas polícias. E que sejam elas as primeiras a saber do que se passa e a partir daí agirem, pois caso isso não aconteça, cada vez mais vamos ver agricultores simplesmente desistindo de produzir.