Campeão nacional no salto em altura do Jogos Escolares Brasileiro, em Recife, no mês de maio, e classificado para o Campeonato Mundial da Federação Internacional Estudantil Católico (Fisec), em Malta, na Itália, o mogiano Thomaz Barboza, 18 anos, viu o sonho de disputar sua primeira competição internacional virar uma desilusão. Afinal, a Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), responsável por organizar o campeonato nacional, decidiu, em cima da hora, deixar de fora os atletas que conseguiram a classificação dentro das pistas, e levar para o Mundial, estudantes de uma escola de Sergipe. O campeonato da Fisec foi realizado entre os dias 8 e 14 de julho.
Barboza, que no Recife levou o ouro representando o Estado de São Paulo, com o salto de 1,82 metros de altura, só ficou sabendo que não iria mais participar da competição depois de entrar em contato com a CBDE. A entidade nem se deu o trabalho de avisar os atletas classificados em Pernanbuco de que a viagem não aconteceria mais. "Fiquei sabendo que não iria mais ao Mundial no dia em que a viagem estava marcada. Foi tudo em vão, minha preparação, toda a correria. Fiquei arrasado, mas vida que segue", disse Barboza.
Em nota, a CBDE destacou que durante o Mundial de Malta, a delegação do atletismo do Brasil foi composta por escolas vice-campeãs da seletiva realizada em Recife, e não individualmente. A convocação foi enviada no dia 25 de maio para todas as federações filiadas. A CBDE não entrou em detalhes sobre o porque da mudança de critérios da convocação.
Mesmo com a frustração, o saltador olha para o futuro e já tem um novo objetivo. "Bola pra frente. Com certeza vou viver momentos melhores. Já estou pensando no Mundial Juvenil do ano que vem, e também em conseguir bons resultados para Mogi das Cruzes nos Jogos Abertos deste ano."
Agora, para voltar a uma competição internacional e chegar ao Campeonato Mundial Juvenil de Atletismo, Barboza terá que conseguir atingir o índice da competição, que deve ser algo em torno de 2,10 metros. O mogiano promete treinar muito e torce para que desta vez, em caso de classificação, não haja um novo boicote.