Recentemente descobriu-se que circulam sites que divulgam dados pessoais como bairro onde mora, CEP, telefone, número de CPF e até quem são seus vizinhos, sem nenhum tipo de autorização. Enfim, um prato cheio para a bandidagem que, de posse das suas informações, pode, tranquilamente, planejar um assalto, um estelionato e até um sequestro. Um desserviço à sociedade.
Depois de várias notícias terem sido publicadas a respeito do assunto, o site "Tudo sobre todos" retirou algumas informações que eram exibidas, quando se digitava o nome completo de qualquer cidadão brasileiro. No entanto, nesta semana, ainda era possível visualizar dados particulares de algumas pessoas. O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte comunicou ter entrado com uma ação cautelar contra a referida página, para que ela fosse retirada da rede virtual.
Na terça-feira, o Ministério Público de São Paulo também anunciou que está investigando o site Cartório Virtual, que diz oferecer números de documentos pessoais de qualquer um, além da localização de bens, contas detalhadas de telefone e até conversas trocadas pelo aplicativo Whatsapp. Em sua defesa, o homem apontado como responsável pelo endereço eletrônico disse que que é "tabelião e perito judicial" e que presta auxílio em investigações nas áreas cíveis ou criminais, já tendo como clientes, inclusive, órgãos policiais e tribunais de Justiça, não vendo qualquer ilegalidade em seu trabalho. O pedido da Promotoria para que o site fosse suspenso acabou indeferido, pois o juiz que analisou o caso entendeu que o fornecimento de CPFs, por exemplo, é de "domínio público" e que os outros serviços oferecidos pelo site, como o detalhamento de contas telefônicas e conversas via Whatsapp, não pôde ser comprovado. Ocorre que o acusado da violação de privacidade praticamente admitiu o fato em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, mas, como já era de se esperar, não quis revelar em qual banco de dados obtém as informações solicitadas. Resta então a pergunta: Por que será?