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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está no 19º dia de greve, sem previsão para a retomada dos trabalhos. A paralisação está prejudicando e atrasando o pagamento de muitos beneficiários que dependem da Previdência Social para garantir a renda da família. No Alto Tietê, apenas a agência de Itaquaquecetuba está em greve, porém, o atendimento está sendo realizado parcialmente, como os casos de perícia já agendada.
Os servidores do INSS resolveram parar os serviços no dia 7 de julho para reivindicar reajuste salarial, incorporação das gratificações, concurso público para reposição do quadro de funcionários e melhores condições de trabalho para atendimento à população, segundo informações divulgadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Estado de São Paulo (Sinsprev). "Avaliamos ser insustentável essa situação, pois, como todos os trabalhadores, sentimos o aumento do custo de vida e a precarização das condições de trabalho", informou a entidade de classe, por meio de uma carta aberta que está fixada em frente à unidade da Previdência Social que aderiu à greve.
Muitos beneficiários do INSS que se deslocaram à agência de Itaquá perderam a viagem e tiveram que voltar. Uma funcionária ficava na porta para permitir a entrada apenas dos que tinham agendamento com a perícia.
Algumas pessoas foram orientadas a se dirigirem até as agências de Suzano ou de Mogi das Cruzes para conseguirem atendimento, já que essas unidades estão funcionando normalmente. Foi o caso do aposentado Cícero José de Araújo, de 65 anos. Ele se sentiu prejudicado com a greve. "Preciso pegar uma carta para viajar para Pernambuco, visitar meu pai, que está doente, mas não consegui ser atendido", contou.
O vigilante Valci Faria Fernandes, 35, sofreu um acidente e está licenciado do emprego. Por isso, ele precisa dar entrada no INSS para não ficar sem renda, mas teve de voltar para casa, já que não havia ninguém para atendê-lo. "Para receber, estavam faltando alguns documentos que eu trouxe hoje (ontem). Enquanto não acabar a greve, eu não consigo dar entrada para receber", contou. "O problema é que tenho família e dois filhos, não posso ficar sem renda".
A doméstica Erivânia Vicente, 45, também foi prejudicada com a paralisação. "Preciso pegar um laudo para marcar perícia e conseguir receber o benefício, mas enquanto estiverem em greve, eu não vou conseguir", contou. O ajudante geral José Oliveira, 47, também aguarda a normalização dos atendimentos para conseguir receber. "Vou ter que esperar a greve acabar", lamentou.
Ontem, às 14 horas, os servidores do INSS fizeram uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo. O movimento contou com representantes do sindicato da categoria.