O mês de março é marcado por duas datas importantes para as mulheres cristãs: o Dia da Esposa de Pastor, que é comemorado no primeiro domingo do mês, e o Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8, mas as ações em alusão as datas se estendem durante todo o mês.
Embora o pastor e sua esposa sejam conhecidos por muitos, são raras as pessoas que realmente sabem quais são os desafios enfrentados pelo casal e quanto a esposa de um pastor precisa se dedicar ao ministério do marido.
O papel da esposa de pastor, além de auxiliar a sua própria casa e família, é o de liderar eventos da igreja, planejar todos os serviços de culto, organizar chás de bebê, funerais, casamentos, liderar pequenos grupos, zelar pelo ministério infantil, hospedar outros pastores e missionários (com suas famílias), entre outras coisas, são tarefas comumente desempenhadas pela esposa do pastor.
"O maior desafio que uma esposa de pastor enfrenta é o ide, como diz a passagem bíblica: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura", em Marcos 16:15. Quando um pastor é chamado para fazer a obra, sair do local onde seus familiares estão e ter que ir para um lugar longe, onde você não conhece ninguém, tudo para fazer a obra de Deus. Eu acho que isso é o maior desafio que uma esposa de pastor enfrenta. E nós vivemos isso, tivemos essa experiência, saímos de São Paulo para Santa Catarina, um lugar que era 16 horas de viagem de nossos familiares. Recomeçamos do zero. É difícil chegar em um local onde não conhecíamos ninguém, não sabia como era. Eu fui sem conhecer a casa, sem conhecer o local, sem conhecer o ambiente, o clima. Eu já cheguei com a mudança e duas crianças pequenas. Essa foi uma das experiência que vivemos no início do nosso ministério, ele com 21 e eu com 22 anos, mas foi uma bênção, não me arrependo", contou Rute Duarte, de 49 anos, esposa de um pastor em Suzano.
Embora tenham muitos desafios, o que podemos classificar como tarefa principal, é a maneira como a esposa de pastor e mulher cristã deve representar para a comunidade ao seu redor, o que é denominado aos cristãos como, testemunho, que é a maneira pela qual ela demonstra o brilho de Jesus por meio de sua vida, em tudo o que faz. Afinal, a sua casa é o melhor lugar para conhecer e apresentar Jesus Cristo.
"O que implica em ser uma esposa de pastor é que precisa haver muita renúncia. É necessário renunciar o seu 'eu', é entender que muitas vezes você não vai ter horário para a sua vida particular. Ser pastor é igual ser um médico, a todo tempo ele está socorrendo alguém, ajudando em alguma situação e não pode deixar a desejar dentro da sua própria casa. É fundamental ter sabedoria e muita estratégia, além de pedir forças para Deus e ter a convicção do chamado, porque se não tiver fica impossível superar tudo isso", afirmou.
Rute ressaltou a importância da família na vida dos pastores e em seu ministério. "A família é tudo na vida de um pastor porque é nela que ele vai se sentir apoiado nas horas triste, em momentos de frustração e desafios. Se a família não é bem estruturada, se a família não tem um amor incondicional, o chamado não vai perdurar. Então o amor familiar é prioridade, é a base de tudo", disse.
Ela descreve momentos difíceis que enfrentou durante a caminhada, mas também destaca os frutos colhidos. "Um dos momentos mais difíceis que passamos foi quando fomos para sul do país. Encontramos muitas dificuldades, algumas vezes o alimento faltou, mas Deus sempre proveu. Em outros momentos, não tínhamos calçados, roupas, mas sempre Deus enviava porque Ele sempre provou a nossa fé para que pudéssemos ser aprovados. Na área da saúde, com enfermidade também eu sempre vi Deus fazer grandes milagres. Quando fomos separados para a obra missionária, vendemos o nosso terreno em Jacareí porque não teríamos condições de pagar e hoje eu colho os frutos do que semeei na obra do Senhor. Eu tenho a minha casa, eu tenho o meu carro, meus filhos se casaram, aqueles que fizeram a obra missionária junto conosco, já têm a casa própria. Através disso, eu vejo a minha descendência sendo próspera. É Deus abençoando a mim e ao meu marido nesses 30 anos fazendo a obra Dele. Louvo a Deus porque é a recompensa vai além do material. As pessoas chegam machucadas, feridas, magoadas e Deus transforma, curada, liberta, e dá prósperidade", ressaltou.
Rute afirma o que significa para ela compartilhar as responsabilidades e o ministério do marido e também pastor. "Me sinto muito honrada por fazer obra do Senhor com amor e dedicação. Não tem preço, não tem riqueza, não tem nada que pague. É uma honra servir ao lado dele", concluiu.