Mais de 6 mil quilômetros e um oceano separam Itaquaquecetuba do destino da médica generalista Vanessa Bastos: Luanda, capital da Angola, no sul da África. Ela se prepara para participar de uma missão humanitária entre 20 de junho e 6 de julho, organizada pela ONG Sementes da Saúde. A profissional integra delegação de 42 voluntários que prestará atendimentos médicos em comunidades carentes. A organização, que também atua no Alto Tietê, lançou campanhas de arrecadação para apoiar a iniciativa.

Vanessa é natural de Guaianases e atua na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jardim Caiuby, em Itaquá. Já trabalhou também em Ferraz de Vasconcelos, Poá e Suzano. Ela entrou para a ONG neste ano e se prepara agora para sua primeira missão internacional. “Serão 15 dias de atendimento intensivo com uma equipe formada por profissionais da área da saúde, como médicos, dentistas e cirurgiões, todos voluntários”, explica Vanessa. Segundo ela, todos os voluntários arcam com os custos de passagem e alimentação.

Todos os integrantes da equipe, segundo a médica, são doadores recorrentes da ONG e uma vaquinha online foi criada especificamente para viabilizar esta missão internacional. Atualmente ela busca parcerias para promover a atividade e arrecadar fundos. “Nosso objetivo é oferecer cuidado com qualidade, dignidade e inclusão social. Para isso, precisamos de estrutura adequada, insumos e medicamentos”, conta. 

"Não é só fazer número, mas sim levar resolutividade aos atendimentos, o que demanda estrutura. Embora tenhamos uma equipe altamente capacitada e comprometida, a ONG enfrenta limitações financeiras, por isso estamos buscando formas de dar visibilidade para a causa e arrecadar materiais e o básico para levarmos os atendimentos”, conta ela.

Uma vaquinha online foi aberta para apoiar especificamente a missão em Angola. As doações podem ser feitas pelo endereço oficial: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-expedicao-sementes-na-angola-moniquelly-silva

Já para apoiar os projetos permanentes da ONG, que atua também na região, as contribuições podem ser feitas por meio do site Catarse: https://catarse.me/sementesdasaude

Experiência

A profissional avalia a experiência que viverá em Angola como uma grande troca. “Participar representa para mim a realização de um sonho: poder levar meu conhecimento, minha escuta e meu cuidado. É também uma oportunidade de aprendizado — porque acredito que, ao doar nosso trabalho, também recebemos muito. Não só eu, mas todos que estão nesse projeto vão com o intuito de ajudar. E é uma via de mão dupla”, complementa.

Vanessa vê a missão como um gesto de retribuição. “É uma forma de devolver à sociedade o que me foi dado. Me formei como bolsista, em 2020. Desde que me formei, sempre tive o desejo de viver a medicina em sua essência: uma prática voltada para o cuidado genuíno das pessoas, com empatia e compromisso com a comunidade. No entanto, ao começar a atuar na área, me deparei com a realidade do Sistema Único de Saúde — com suas limitações, burocracias e desafios diários”, conta Vanessa, que afirma nunca ter deixado de buscar a medicina idealizada que a motivou a seguir a carreira. 

ONG

De acordo com informações do site da Sementes da Saúde, a entidade foi oficialmente fundada em 2015, mas atua desde 2011, quando realizou sua primeira missão no Benim, também na África. Desde então, promove ações voluntárias de saúde no Brasil e em outros países. Em 2025, duas missões já foram realizadas na Amazônia, e uma terceira é planejada para o segundo semestre.

Galeria

Vanessa Bastos se prepara para sua primeira missão humanitária internacional.