A liberdade financeira é um conceito que ressoa como um sonho distante para muitos brasileiros. Não se trata de ostentação e sim de tranquilidade. É a espontaneidade de olhar o cardápio de um restaurante e escolher pelo sabor, não pelo preço. É realizar o sonho de embarcar num avião pela primeira vez, mostrando aos filhos uma realidade que parecia inalcançável.
Enquanto estatísticas apontam que uma família leva nove gerações para superar o ciclo da pobreza no Brasil, o empreendedorismo surge como um acelerador de destino. É o caminho prático para comprimir esse tempo e construir um novo legado em uma única geração.
Para o empresário, a liberdade financeira não é uma teoria. É um resultado. Alcançá-la exige uma mudança de mentalidade: parar de ser apenas um funcionário da própria empresa e tornar-se seu verdadeiro estrategista.
O primeiro passo é a disciplina da separação. O empresário deve estabelecer um pró-labore fixo e realista. Os lucros da empresa não são para inflacionar o estilo de vida imediato, são para serem reinvestidos no negócio e em investimentos pessoais de longo prazo. Essa é a semente da independência.
O segundo passo é a construção de múltiplos pilares. A renda não pode depender exclusivamente do suor diário. Parte dos lucros deve ser sistematicamente direcionada para aplicações que gerem renda passiva, como fundos de investimento, imóveis para aluguel ou até mesmo participação em outros negócios. É isso que pagará no futuro o almoço sem preocupação ou a viagem de férias.
A verdadeira quebra do ciclo de pobreza ocorre quando a estabilidade do negócio permite investir no capital humano da família. Conseguir pagar uma escola de qualidade para os filhos é investir na única herança que ninguém pode tirar: a educação.
O caminho é exigente, requer foco, austeridade nos gastos pessoais e uma visão obstinada de longo prazo. Para o empresário que o percorre, a recompensa é a maior possível: a certeza de que o seu trabalho não apenas sustenta a família no presente, constrói um alicerce sólido para que as próximas gerações possam sonhar ainda mais alto.
Márcio Barbosa é consultor de negócios do Sebrae-SP