Independentemente de partidos políticos ou posições ideológicas, todos sobem ao palanque para defender a necessidade de uma educação forte para a construção de um futuro melhor para nosso país, nossa comunidade, nossos filhos e netos.
A edição de hoje do MogiNews/DAT traz o levantamento de dados junto à Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) sobre o número de alunos do Ensino para Jovens e Adultos (EJA) na rede estadual do Alto Tietê, e do período de inscrições para o programa que concede diploma e reconhecimento de escolaridade para aqueles que, por diversos motivos, não concluíram a etapa na infância e adolescência.
Por décadas, a educação pública no Brasil mantém-se amarrada em um nó indesatável. Conflitos programáticos, progressão automática, sucateamento de estruturas e de mão de obra resultaram no arrasto e lentidão da briga entre o progresso e o analfabetismo, resultando no "projeto" descrito por Darcy Ribeiro como o resultado da crise no sistema educacional. Formou-se a prorrogação das castas feudais com os bancos das universidades inacessíveis para a população, e a contínua formação de mão de obra dócil, subserviente e agradecida por uma chance de servir ao poder vigente. E os desdobramentos do noticiário nacional, que mostram a transformação do Ministério da Educação e da Educação Básica num infame mercado de influências e corrupção pouco contribuem para a esperança, e apenas alimentam a indignação.
Qualquer iniciativa para a inclusão no Ensino que contribui para a redução dos índices de analfabetismo é nobre e merece ser celebrada de forma efusiva, cabe ao Poder Público e à sociedade como um todo entender primeiramente que esta educação não pode e não deve ser feita à revelia das necessidades de homens e mulheres que possuem responsabilidades, empregos e histórias. A evasão escolar não é um fato contido em si, mas o resultado de um contexto maior que precisa ser compreendido e tratado de acordo.
A despeito dos nós e das dificuldades, homens e mulheres enfrentam a longa caminhada pela redenção, que deve ser sem embaraços, com qualidade e humanidade.