A invasão militar da Ucrânia pela Rússia chocou o mundo. Os EUA alertavam que a invasão era iminente e se concretizou. Com um poderio bélico superior, a Rússia dominou rapidamente o espaço aéreo e avança com suas tropas por terra. As imagens são aterradoras, corpos dilacerados de lado a lado, famílias separadas, cidades destruídas, jovens soldados perdendo a vida por nada e centenas de civis morrendo.
Uma guerra desnecessária, pois a Ucrânia não era, nem é, nenhuma ameaça militar à Rússia, nada justifica a invasão e o uso da força por Putin. Nada justifica a omissão de nosso presidente em não ser contundente contra o uso da força. Pelo contrário, sua viagem oficial, poucos dias antes da invasão e nenhum pronunciamento contra a guerra revela de que lado ele está, do lado errado.
O Brasil não tem nenhum poderio bélico para intervir, e também aqui no Brasil, no caso de alguma potência decidir invadir nosso território. Mas não usar nem a própria voz contra uma guerra revela uma omissão que nos poderá ser cara.
Uma guerra consome bilhões em recursos, manter as tropas, municia-las e repor seus equipamentos que custam milhares não é tarefa fácil nem barata. As sanções econômicas da Europa e dos EUA já surtem efeito e a economia russa em breve entrará em colapso. Putin não poder fazer o que quer por deter algumas ogivas nucleares. As disputas não são mais vencidas nos campos de batalha, mas na tecnologia e principalmente no poderio econômico.
O estrangulamento, não só da economia russa como dos bilionários russos, não só são necessários como é o dever de qualquer país civilizado, não como meio de destruição, mas como meio de paralização da barbárie. Se a Rússia quer se impor pela força da baioneta o mundo civilizado vai continuar atingindo o ponto fraco de toda nação: o bolso. Que as sanções e o isolamento econômico e comercial sejam cada vez maiores e atinjam não apenas a Rússia, mas todas as nações que a apoiam nesse ataque contra a Ucrânia. Que essa tragédia acabe logo e que pessoas com Putin, suas guerras e quem as apoia, mesmo por omissão, não sejam mais tolerados.
Cedric Darwin é mestre em Direito e advogado