O novo "czar" da Rússia, Vladimir Putin, no desejo de restaurar a glória do império russo, ordenou a invasão da Ucrânia com requintes de crueldade, como definiu o Papa "um verdadeiro massacre". A sua ambição de poder se iguala ao governo de terror de Josef Stalin. O grande engano de Putin foi pensar que diante da extravagante demonstração, antes da invasão, do poderio militar russo o povo ucraniano se amedrontasse e em poucos dias de luta armada se renderia com facilidade.

Nem o povo russo nem os militares foram devidamente preparados para essa inconsequente missão. Não contava com a coragem do presidente Zelenski de convocar a nação a defender a liberdade e de resistir aos tanques e aos aviões de guerra do invasor. Na Rússia as manifestações antiguerra levaram milhares à prisão. No ataque à Ucrânia, o tiro de Putin lhe saiu pela culatra ao destruir a reputação das Forças Armadas da Rússia, que já perdeu equipamentos e sofreu milhares de baixas, demonstrando incapacidade tática diante do opositor menor e menos armado.

O Ocidente infligiu o castigo econômico à Rússia, excluindo os seus sete principais bancos do sistema Swift, impedindo-os de realizar pagamentos fora do país, ocorrendo, então, escassez de itens de consumo para a população civil. Se Putin impôs uma situação infernal à Ucrânia, não deixa de começar a haver também na Rússia em tempo de guerra. Como Stalin, Putin está destruindo a burguesia, responsável pela modernização da Rússia, que está fugindo, como empresários, para Turquia e Armênia.

Comparando os dois presidentes, à medida que a Rússia afunda: Putin está isolado e moralmente morto. Zelenski, homem comum e corajoso, uniu seu povo e o mundo. Os ucranianos lutam para conter a paranoia de Putin, e a maioria dos russos devem estar pensando como destronar esse novo "czar" stalinista do século 21. Esse homem pelas atrocidades que está cometendo, entre elas crimes de guerra, no banco dos réus está sendo julgado por Deus e pelos homens, e o seu fim será abreviado.

Mauro Jordão é médico