Soa como uma errata ao toque de restrição, que entrou em vigor ontem, o fato do governo do Estado de São Paulo regredir a capital e outras três regiões, incluindo o Alto Tietê, para a fase laranja do Plano São Paulo de retomada econômica. Agora, o funcionamento dos estabelecimentos está restrito ao recebimento de 40% da capacidade de público, bares estão proibidos de receber clientes e restaurantes poderão funcionar até às 20 horas, a partir desta segunda-feira.

Quase um ano depois da primeira infecção e primeiro caso da Covid-19 na região, confirmado em 24 de março de 2020, em Suzano, a pandemia vive seu pior momento. Hospitais particulares e de renome na capital paulista estão com lotação máxima de Leitos Covid, como o Albert Einstein e o Sírio Libanês. Nos hospitais públicos, a situação também já foi melhor.

Não há margem para erro nem para falta de coragem por parte das autoridades neste momento, principalmente pela descoberta da nova cepa do coronavírus e o alerta do maior número de mortes em um só dia - 1582 mortes, na quinta-feira passada.

Ontem foi o primeiro dia efetivo do toque de restrição, imposto pelo governo do Estado. Válido, a princípio, até o dia 14 de março, fica proibido, entre 23 e 5 horas, que pessoas promovam aglomerações, especialmente as de maior porte, com mais de 100 pessoas, sob pena de multa. Mas, esses eventos já eram proibidos antes do decreto e, mesmo assim, vão continuar ocorrendo, talvez não nas regiões mais centralizadas. Alguma medida rígida tinha de ser tomada em relação às atividades diurnas. E isso foi feito, com a fase laranja e suas restrições.

De acordo com o Simi, que mede o isolamento social diário da população, conforme publicado na edição de hoje, são nos dias de semana que o índice mais cai, ou seja, por conta das necessidades primordiais das pessoas, além do funcionamento dos bares, restaurantes e demais atividades pós-expediente.

Teoricamente, a fase laranja será mais efetiva do que o toque de restrição. Seja como for, façamos nossa parte e esperemos pela queda no número de mortes.