O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Geraldo Francisco Pinheiro Franco, derrubou anteontem a liminar impetrada por sindicatos de professores que impedia a retomada das aulas presenciais no Estado. Dessa maneira, o retorno às escolas, ainda que escalonada por causa do coronavírus (Covid-19), está mantido para 8 de fevereiro. Com isso, os 5,1 mil alunos da rede estadual podem voltar às escolas, mas, como a decisão saiu na sexta, é possível que até a segunda-feira da semana que vem, outra decisão, se houver apelação por parte dos sindicatos, possa derrubar a decisão do presidente do TJ. Neste caso, o novo despacho seria proferido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Guerras de liminares à parte, é fato que os alunos precisam estudar, ter contato com colegas e professores, mas será que este é o momento de isso ocorrer? Durante boa parte do ano passado, com a pandemia no pico, docentes e discentes estavam em casa realizando as atividades. É certo que há relatos que muitas coisas não funcionaram, uma delas são os prazos para entrega de trabalhos e demais materiais por parte dos alunos e os professores teriam que ficar cobrando o objeto em questão. Difícil fazer isso de forma online, mas também é preciso disciplina para que os estudantes possam realizar as tarefas exigidas pela grade.
É possível tirar uma lição dos estudos online: talvez não estejamos preparados para que isso se torne virtual de forma definitiva, há muitos entraves para serem resolvidos, como o próprio prazo para a entrega de trabalhos. Isso é para se pensar mais na frente.
Entretanto, como nunca é demais lembrar, estamos em um momento de exceção, algo parecido somente ocorreu há um século com a gripe de 1918/1920. Se a situação é excepcional, a medida também deve ser. Manter os aprendizes em casa, em aulas via internet ou por meio de caderno impresso, talvez seja o caminho menos perigoso, ao menos até quando os educadores estiverem vacinados contra a Covid. Somente a partir daí é que as aulas deveriam ser retomadas, aos poucos, e para quem quiser.