Pouco antes do coronavírus (Covid-19) avançar pelo Estado de São Paulo e atingir o Alto Tietê existia um clima de que a região teria uma certa quantidade de doentes e possivelmente de mortos. Certamente isso era apenas uma percepção, afinal não havia como prever o avanço da doença, inclusive com variantes do vírus original.
Mas o que se viu foi outra coisa. Passados mais de 300 dias desde o primeiro falecimento, o Alto Tietê chegou à infeliz marca de 2 mil pessoas mortas pela Covid-19. Talvez um número muito mais alto do que qualquer tipo de previsão que havia sido feita antes que as transmissões comunitárias, aquelas em que o vírus já é transmitido dentro do país e não vêm mais de fora, pudessem ocorrer.
Evidentemente, o falecimento de milhares na região traz um sentimento de luto que será vivenciado não só pelas famílias daqueles que sucumbiram à doença, mas por todos que moram na região. Entretanto, esse número tem um outro lado, que se bem observado pode ser notado com clareza: urgência.
Aos que partiram nos resta oferecer respeito e carinho com a família, além de manter viva a memória dos falecidos. Para aqueles que possuem uma religião, fazer uma prece, uma oração, pode aliviar a dor da perda, independentemente da fé, no entanto há outro caminho a percorrer, e tem que ser rápido, que é o de cuidar daqueles que estão aqui.
O segundo lote de vacinas que chegou anteontem ainda é pequeno para dar conta de tanta gente. Por questões ainda desconhecidas, esse carregamento é menor do que o enviado na semana passada, foram 11.470 que chegaram na segunda-feira contra 14.920 da semana passada. O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tiete (Condemat) já pediu esclarecimentos ao governo do Estado para entender essa diferença e os critérios de distribuição.
É preciso avançar ao máximo para que a vacina comece a atingir outras camadas da população e a contaminação comece a regredir. É fato que a equação vacinação/regressão não será linear, ainda vai demorar a ceder, todavia, contra uma doença em que não há qualquer remédio que possa ser utilizado, a única esperança é a vacina.