A volta às aulas em meio à epidemia do coronavírus se tornou um verdadeiro imbróglio. De um lado, pais e educadores preocupados com o retorno dos alunos às salas de aula e a possível contaminação em série de estudantes, professores e funcionários das escolas. De outro, crianças loucas para voltarem à escola e abandonarem esta rotina de estudo a distância, bem diferente da realidade de antes.
Decisão difícil para governantes, pais e professores. Uma alternativa a esta situação precisa ser tomada, com consciência, diálogo e olhando para todas as vertentes.
Em Mogi das Cruzes, uma consulta pública aos pais ou responsáveis foi taxativa: 51% dos entrevistados se declararam a favor do retorno presencial nas escolas de Ensino Fundamental I, percentual que alcançou 55% na pergunta sobre o retorno nas escolas de Ensino Fundamental II e de Ensino Médio. Já sobre as creches e pré-escolas, o resultado também foi equilibrado, mas tendendo para uma posição contrária ao retorno: 56% dos pais e responsáveis não concordam com o retorno nas creches e 53% nas pré-escolas.
Ao somar as respostas de todas as categorias, o nível de concordância com o retorno presencial chega aos seguintes resultados: 41% para as creches, 44% para as pré-escolas, 49% para as escolas de Fundamental I e 53% para as escolas de Fundamental II e Ensino Médio.
Mogi das Cruzes foi a única cidade do Alto Tietê interessada em ouvir a opinião dos pais. Nas demais, os municípios acompanharam e estão seguindo as determinações do governo estadual. Muitos acham que, se as crianças não são os principais vetores para repassar o vírus, poderiam voltar, mas se no começo da epidemia o discurso era não ter aula para evitar a propagação, agora não corremos o risco também?
É uma decisão bem difícil a ser tomada e agora com o Alto Tietê em nova fase, a laranja durante o dia e vermelha à noite, a volta às aulas continua uma realidade mais distante. Enquanto os números não reduzirem ou os leitos terem folga para receber quem realmente está precisando ocupá-los será difícil este retorno assim. E o imbróglio vai só se arrastando. Que nossos governantes tomem a melhor decisão, sempre pautados pelo bem da população.