Uma força-tarefa formada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Secretaria de Estado da Fazenda e do Planejamento de São Paulo, Superintendência da Receita Federal, Procuradoria-Geral do Estado e as Polícia Civil e Militar deflagrou ontem a 2ª fase da Operação Monte Cristo, visando o combate à sonegação fiscal e à lavagem de dinheiro por empresas do setor farmacêutico. A Promotoria estima que as fraudes investigadas tenham causado um prejuízo, nos últimos seis anos, de aproximadamente R$ 10 bilhões.
Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, em uma residência em Santana do Parnaíba, pertencente ao sócio de uma rede varejista, foram encontrados R$ 8 milhões em dinheiro.
Os mandados de busca e apreensão eram para empresas e residências de pessoas ligadas aos esquemas, em diversas cidades da região de São Paulo, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru, Piracicaba e Campinas e também nos Estados de Goiás e Minas Gerais. As ordens foram expedidas pelo juiz Brenno Gimenes Cesca, da 2ª Vara Criminal de São José dos Campos, que determinou ainda o sequestro de 17 imóveis.
Segundo o MP de São Paulo, entre os alvos da operação estão cinco distribuidoras de medicamentos de grande porte, duas redes varejistas (com mais de 300 lojas) e a associação de distribuidores de âmbito nacional (Medicamental, Navarro, Dismed, TFarma, Divamed, Bifarma, Campeã e Abradilan).
Além da participação em 32 alvos da operação da segunda fase Monte Cristo, a Secretaria da Fazenda realizou, ainda, a fiscalização em outros 54 estabelecimentos do Estado que apresentam indícios de não recolhimento da antecipação do ICMS na entrada de medicamentos.
O MP-SP indicou que a "Monte Cristo 2" tem como base a delação premiada de alguns dos alvos da primeira fase da ofensiva, deflagrada há três anos contra uma rede de farmácias Farma Conde, na região do Vale do Paraíba.
Defesa
A reportagem buscou contato com as empresas investigadas. O grupo Bifarma informou que "foi surpreendido com o cumprimento de ordem de busca e apreensão em sua sede" e que não possuía mais informações sobre as investigações. "O grupo Bifarma contesta às acusações feitas pelo Ministério Público de São Paulo e esclarece que jamais praticou qualquer irregularidade." (E.C.)