A quantidade de crianças no Alto Tietê está diminuindo, segundo aponta pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados (Seade), realizada neste mês, que mostra a evolução populacional entre os anos 2000 e 2020. Em Mogi, a queda é de 8%; em Suzano de 12% e, em Itaquaquecetuba, 10,6%. Se antes os jovens precisavam "crescer" rápido e abandonar a infância para ajudar no sustento da família, hoje já não há mais crianças como antes do início do milênio.
O estudo, provavelmente, não está revelando algo que é pontual, mas sim uma mudança de comportamento da população que mora na região, e em outros lugares do país. O planejamento familiar, a mulher trabalhando para ajudar nas despesas de casa, e, é claro, aumentar os ganhos para investimentos, entre outros fenômenos, trouxe alterações indeléveis para a nossa sociedade.
Por tabela, o estudo aponta que a o Brasil, de forma geral, está envelhecendo. Em alguns anos, a população acima dos 60 anos deve superar o de crianças até os 14 anos. Este é um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), projetado para 2030. Até 2055, os idosos vão superar a população de pessoas com até 29 anos.
Para sacramentar mais este prognóstico, outro estudo do IBGE aponta que a população brasileira chegará ao seu ápice em 2042, com 228 milhões de habitantes. Após esse período, ela começará a encolher. De uma forma mais simplista, devem ocorrer mais falecimentos do que nascimentos.
Há algumas coisas que precisam ser pensadas, assuntos que já deveriam ter sido colocados à mesa. Como preparar as cidades para uma população idosa? Parte das calçadas é ruim e estreita, os semáforos de pedestres são pequenos, no transporte público nem sempre o idoso é respeitado e o mesmo ocorre em outros segmentos.
Se essas previsões se confirmarem - e o estudo da Fundação Seade aponta para isso - teremos uma sociedade bem diferente da de hoje, mas para chegar lá, nossas cidades precisam estar preparadas e isso precisa começar o quanto antes.