Por melhor que possa ser uma vida, é sempre possível imaginar outra melhor. Vida virtuosa é aquela guiada pelo conhecimento e inspirada no amor. Amor sem o conhecimento, conhecimento sem o amor não produzem uma vida virtuosa. Sejam amor e conhecimento ambos necessários, em certo sentido, o amor é mais fundamental, na medida em que levará indivíduos inteligentes a buscar o conhecimento a fim de descobrir um modo de se beneficiar e àqueles a quem prezam. A quem amam, pela ótica da bondade!
Não há atos heroicos, salvo os do viver o cotidiano. Só porque as pessoas têm talento, não quer dizer que tenham de fazer algo com ele! As lições do silêncio podem ser mais poderosas que as da palavra. Espectadores do mundo, desde cinquenta e um até hoje, em suas convulsões, logros, fracassos, o dom da bondade sob a alegria de estar vivo, é o que soma. Estarmos nos encarando, talvez, da forma como não o fazíamos antes, leva-nos a sentir, de forma toda especial, que algo se perpetuou. Ou então, que se guardou no coração a imagem, agora recuperada, a nos remeter à sensação da surpresa e do encantamento. À espera de que essa recuperação coloque na face de todos aquele sorriso que seja reflexo do que vai n'alma.
Os que fizeram por merecer viver até a idade em que nos encontramos têm dessas coisas: abandonam os lugares-comuns das demonstrações gastas, e avançam pela via da recuperação de algo genuíno que se imaginaria perdido. E fazem perguntas impertinentes e mantém silêncios obstinados que em nada arrefecem o vigor do encontro. Apenas passam a dotá-lo do mistério que só a bondade, pela via da amizade, pode desvendar, de um período de sadio despertar intelectual. Excluídas desilusões, escravidões de relacionamentos estéreis, como prova da doçura e do amargor que é o cardápio da vida, saboreiam agora liberdades, a salvo de disfarçados medos, porque deram a volta por cima em tudo. E aqui estão!