Em setembro, pelo terceiro mês consecutivo, o desmatamento observado na Amazônia apresentou queda. Alertas feitos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontaram a perda de 964,45 km², queda de 33,6% em relação à observada em setembro do ano passado, de 1.453,65 km², que tinha sido o maior valor desde 2015.
Apesar do recuo, a taxa ainda é considerada muito alta por especialistas, e se configura como o segundo maior valor da série histórica do Deter. Os meses de julho, agosto e setembro do ano passado tinham batido recordes de desmatamento e superado em muito as médias observadas nos últimos anos.
Entre agosto de 2019 e julho de 2020, o Deter registrou o desmatamento de 9.216 km² na Amazônia, alta de 34,65% ante o registrado nos 12 meses anteriores. Desde 11 de maio, atua na Amazônia a Operação Brasil Verde 2, comandada pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia. A previsão é que ela continue até novembro, mas o governo já sinalizou planos de estender a Garantia da Lei e da Ordem até o fim de 2022.
Com a operação, o combate aos crimes ambientais na região passou a ser liderado pelas Forças Armadas, em parceria com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam); o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e o Incra, além da Polícia Federal. No último balanço, divulgado em agosto, o Ministério da Defesa disse que foram realizadas 26 mil inspeções navais e terrestres e 712 apreensões na Amazônia Legal, além de R$ 520 milhões em multas.
Para o Observatório do Clima (OC), rede de mais de 50 ONGs ambientalistas do Brasil, as quedas não indicam melhora no combate ao crime na Amazônia e a operação fracassou em seu objetivo. (E.C.)