A construção da pista marginal de acesso ao Distrito Industrial do Taboão, na rodovia Ayrton Senna (SP-70), em Mogi das Cruzes, segue indefinida, apesar do projeto executivo já ter sido desenvolvido pela concessionária Ecovias Leste Paulista (antiga Ecopistas), responsável pela via. A obra é requisitada por empresários há mais de uma década e apontada por Osvaldo Baradel, presidente da Associação Gestora do Distrito Industrial do Taboão (Agestab), como essencial para melhorar o escoamento da produção e atrair novas indústrias. O distrito também enfrenta problemas com as estradas vicinais e com o fornecimento de energia elétrica.
O projeto da marginal foi apresentado em 2023 pela concessionária Ecovias. Em março do ano passado o Governo do Estado confirmou as tratativas para a obra, durante evento do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat+), com a participação do secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini. Baradel informou que desde então não recebeu mais atualizações do projeto. O distrito do Taboão possui 15 milhões de m², dos quais 6 milhões já estão ocupados e 9 milhões disponíveis de acordo com o site da Prefeitura de Mogi.
Segundo o presidente da Agestab, a marginal reduziria a dependência da Estrada do Taboão, considerada insuficiente para o fluxo de caminhões, melhorando o transporte de matéria-prima e a saída de produtos. “Hoje seria a bola da vez. Estamos sempre conversando com a prefeitura, com vereadores. Precisamos canalizar esforços, juntar indústria, poder público e entidades para um movimento forte junto ao governo do Estado. É um momento que requer força política, porque o Estado já aprovou essa obra”, avalia.
Para Baradel, é necessário força política para entender onde o projeto está parado. "A Ecopistas (Ecovias) se prontificou a fazer isso com verba da empresa. Está tudo favorável a acontecer. Já estamos há 20 anos lutando para isso e esse ano é um momento muito bom”, destacou.
O projeto prevê a construção de uma pista marginal na rodovia Ayrton Senna, sentido São Paulo, com duas faixas de tráfego e calçadas, totalizando 7,2 quilômetros de extensão, além da implantação de duas rotatórias e dois viadutos sobre as linhas férreas da MRS. O acesso à marginal será no km 46 da rodovia, próximo à fábrica da GM.
Ecopistas e Artesp
Em nota encaminhada na última quarta-feira (20), a concessionária Ecovias Leste Paulista informou que desenvolveu projeto executivo, encaminhou os documentos para análise da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), e mantém tratativas com a agência para a inclusão das intervenções no contrato de concessão. De acordo com a empresa, as ações que demandam licenciamento ambiental estão em andamento. "A Ecovias Leste Paulista reforça seu compromisso com o avanço das etapas necessárias para a implantação dos novos acessos, conduzindo todas as ações em conformidade com os trâmites legais e regulatórios vigentes", destacou o documento.
A Artesp, por sua vez, destacou em nota que "a concessionária está responsável pelo desenvolvimento do Projeto Executivo e Orçamento para viabilização da obra para posterior análise e prosseguimento dos trâmites administrativos por parte da Artesp, até a assinatura do Termo Aditivo Modificativo, que inclui esses investimentos no contrato de concessão".
A Ecovias e a Artesp não informaram se há um cronograma para início das obras.
Infraestrutura
Além da marginal, problemas de infraestrutura são um desafio antigo do distrito. Baradel destaca a precariedade das estradas vicinais, onde caminhões dividem espaço com pedestres e ciclistas, além da necessidade de melhorias para suportar o aumento de empresas e do tráfego de veículos nos últimos anos. “Tivemos recentemente uma grande empresa que comprou uma área aqui, e vai gerar mais de mil postos de trabalho. Mas só não veio ainda por conta do acesso”, afirmou.
Há dificuldades também no fornecimento de energia elétrica. A EDP, segundo Baradel, mantém um canal direto com os empresários do distrito, com reuniões mensais e grupos específicos para tratar de problemas. “O início do ano foi bem crítico, mas agora estamos mais próximos da EDP. Qualquer problema acionamos o grupo, e isso tem melhorado a situação das quedas de energia”.