Cinco prefeituras do Alto Tietê, Itaquá, Ferraz, Santa Isabel, Guararema e Arujá, decretaram que as aulas presenciais não serão retomadas neste ano; por sua vez, Mogi, Suzano, Biritiba, Poá e Salesópolis estão avaliando mensalmente a suspensão ou não dos estudos em sala aula. Fato é que a decisão de impedir o retorno aos bancos escolares, seja de forma definitiva até o fim de dezembro, ou sendo analisada a cada 30 dias, é uma decisão acertada.
É comum pensar que a pandemia de coronavírus está no fim porque os índices de contaminação e morte já estão em decadência, ou, como ironizam alguns, "a Covid não foi embora porque a população está sem paciência".
A despeito de todo o momento turbulento que o Brasil e o mundo estão passando, é interessante analisar como a população reage diante de algo para o qual ela não tem controle; na realidade nem ela e nem os governos. A única atitude que deveria ser tomada diante da pandemia era evitar o contato pessoal para frear o contágio, mas nem isso muitas pessoas conseguem fazer.
Se os adultos que precisam sair de casa para trabalhar e garantir o sustento encontraram dificuldades para manter uma distância de ao menos dois metros, qual a garantia que crianças e adolescentes - estes mais orientados pelos impulsos e síndrome de Superman, momento da vida em que acham que nada de errado pode ocorrer -, conseguirão se isolar para se manterem saudáveis?
É um momento que exige franqueza de população e governos para admitir que o ano letivo de 2020 já foi para o vinagre. O momento é de continuar os estudos, manter o ritmo em casa, para quando a vacina vier e conseguimos a imunidade de rebanho, os estudantes e professores possam retornar às atividades. Do jeito que está, seria uma roleta russa deixar que as aulas retornassem, mesmo de forma escalonada. Ao fim do dia, ficaria sempre a dúvida se foi possível manter distância dos colegas e professores para não ser contaminado pela Covid-19, uma doença que ainda nos forneceu pouca informação, mas que deixou claro que pode matar.