Quem tinha alguma consciência da economia em 1994 deve se recordar do início do Plano Real e do fim da inflação. Tempos difíceis em que os preços eram remarcados diariamente e havia uma corrida às compras. De um dia para outro, ou de uma hora para outra, havia reajuste de preço e o valor do dinheiro derretia minuto a minuto.
Pois bem, já não bastasse a pandemia, a forte recessão econômica, o aumento do desemprego e a paralização das atividades econômicas, agora ela, a inflação, voltou. O primeiro sinal foi o preço do arroz, mas não é só ele, todos os produtos estão aumentando. A inflação voltou e seu imediato controle é indispensável. A corrosão do poder de compra empobrece as pessoas e desaquece a economia. As justificativas para o aumento de preços é a desvalorização do real frente ao dólar americano, a escassez de matéria prima e a falta de capacidade de produção para fazer frente ao aumento do consumo, impulsionado pelo auxílio emergencial e as medidas do governo de suspensão dos contratos de trabalho, redução de jornada e liberação emergencial do FGTS.
Todas essas medidas findam no final desse ano. Em janeiro, se nada for feito, assistiremos a uma situação que levará ao caos social, com o aumento do desemprego que já teve início, o fim do auxílio emergencial e não retomada plena da atividade econômica. Os aumentos de preços será percebido de forma generalizada e os índices inflacionários indicarão a sua volta. O aumento de preços e dos índices de inflação impõe o aumento de salários para reposição de perdas formando a corrida dos salários contra a inflação, onde sempre que está na frente é ela, um desastre econômico.
Não podemos assistir a volta da inflação sem adotar nenhuma medida de política econômica para estacar o crescimento desse ciclo inflacionário. Ela voltou e não é bem vinda. Descontrolada torna a vida do assalariado um tormento, pois ele não pode aumentar seus ganhos ou reajustar seus salários para recompor as perdas causadas pela inflação. A Venezuela que o diga.