No sábado passado, o Movimento Pedágio Não, um dos precursores do enfrentamento à proposta, realizou uma série de ações virtuais para retomar as origens da reivindicação. Apesar da presença da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi das Cruzes (AEAMC) e do Sindicato Rural, entidades acima de qualquer suspeita e que fundamentam seus argumentos em dados estatísticos, o movimento ganhou conotação política a partir da participação de candidatos aos cargos públicos nas eleições de novembro. Era inevitável que um tema tão polêmico fizesse parte dos debates eleitorais.
Aliás, se há um assunto que será esmiuçado nesta campanha é o da instalação da praça de pedágio na Mogi-Dutra. Todos os candidatos devem, como é praxe na defesa de suas plataformas políticas, prometer mundos e fundos, entre eles a garantia de que vão "dar o máximo" para impedir a concretização da proposta do Estado. Quem se omitir sobre o tema corre o risco de perder votos importantes e quem sequer imaginar apoiar a causa pode estar decretando sua derrota nas urnas. O posicionamento da cidade é unânime: todos são contra a criação de um posto de cobrança na região.
Mesmo que a Artesp tenha admitido vagamente em entrevistas recentes que pode mudar o local do pedágio, nada foi divulgado de forma concreta e o edital rascunhado desde o início não abriu mão da proposta, até para não esvaziar a disputa pelas rodovias e inviabilizar a concessão. Na prática, somente uma canetada do governador do Estado, João Doria (PSDB), poderá demover a iniciativa. Como ele parece pouco disposto a executá-la, fica difícil imaginar que o pedágio será descartado.