O Caçador de Androides (Blade Runner) é um filme de ficção científica norte-americano de 1982, dirigido por Ridley Scott e estrelado por Harrison Ford. A trama ocorre no início do século XXI, quando uma grande corporação cria um robô com uma inteligência comparada aos seres humanos e superior a eles em força e agilidade, denominados de Nexus 6. Eram chamados de replicantes e serviam como escravos na colonização e exploração de outros planetas.
Um motim provocado por esses robôs mais evoluídos em uma colônia fora da Terra, e a consequente fuga de alguns deles, faz com que esses replicantes sejam considerados ilegais. Assim, eles passam a ser caçados por policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner.
As cenas finais do filme são fantásticas. O líder dos fugitivos e o caçador de androides se enfrentam sobre o terraço de um arranha céu. Sob uma intensa chuva ácida eles travam a derradeira batalha. O Blade Runner fica pendurado em uma coluna de aço preste a cair. No momento em que suas mãos se soltam da coluna o androide o segura pelo punho e o iça até o terraço.
Depois, os dois ficam sentados, frente a frente, enquanto o androide fala sobre a tristeza do fim da vida. Ele diz que tudo o que viu e viveu, "...todos esses momentos se perderam no tempo como lágrimas na chuva" e logo depois morre. Ele amava tanto sua vida, que até a vida de seu oponente era importante demais para ser desperdiçada. Por isso o salvou.
Cada um de nós compõe aquilo que chamamos de humanidade. Como compreender que, no meio de uma pandemia que já provocou a morte de mais de 140 mil pessoas no Brasil, parte da sociedade, incentivada pelo presidente, segue desobedecendo as orientações para a prevenção da doença. Como aceitar que pessoas desejam a morte daqueles que são diferentes, que pensam diferente.
É muito triste pertencermos a uma espécie que não ameaça apenas a existência de outras espécies. Somos tão mesquinhos e medíocres que ameaçamos inclusive nossa existência e nossa condição humana.